Reconhecemos que hoje há diversas escolas de coaching com fundamentações epistemológicas diferentes e que, todas com suas peculiaridades, objetivam desenvolver pessoas para que sejam mais conscientes e tenham maior autonomia em suas decisões e se realizem em todos os sentidos.
A Revista Coaching Brasil presta um grande serviço à sociedade, à comunidade de coaching e aos profissionais que atuam em gestão de pessoas de modo geral. Sinto-me honrado em fazer parte dos profissionais que têm contribuído aqui com as reflexões e, mais ainda, por ter sido convidado pelo querido Luciano Lannes para coordenar esse dossiê sobre Stoytelling & Coaching.
Adotar storytelling como metodologia de aprendizado não é novidade na história da humanidade, sabemos que desde os primórdios era através das histórias – da tradição oral -, que nossos antepassados transmitiam seus conhecimentos para as demais gerações e, de uma forma ou de outra, ainda é assim, seja nas tribos indígenas, nas comunidades quilombolas, nas famílias e escolas e também nos ambientes empresariais.
Resgatar a importância das histórias é essencial, sobretudo, quando, cada vez mais, buscamos um significado para a nossa vida e nossas ações. Encontrar na história um sentido, ou dar um sentido à história pode fazer toda a diferença na jornada de cada um de nós. Lembrando do que Viktor Frankl afirmava a partir do pensamento de Nietzsche: “quem tem um para quê, suporta qualquer como”.
Assim, entendo que uma das nossas responsabilidades como coaches, associadas às competências essenciais que a ICF preconiza, é contribuir para que o coachee crie consciência, isto é, encontre o sentido e, assim, faça a sua jornada de modo mais pleno possível.
A utilização de storytelling no processo de coaching pode ser um uma grande contribuição para realizar esse objetivo, não como uma fórmula mágica, mas para despertar a consciência para que o coachee se torne a melhor pessoa que puder ser.
Para conduzir essa reflexão, convidei pessoas muito especiais:
- James McSill, grande mestre de storytelling, meu coach literário, que nos mostrará a estrutura das histórias;
- Edvaldo Pereira Lima, outro mestre das narrativas, que aponta um caminho importante para os coaches e mentores;
- Eu, Robson Santarém, proponho uma reflexão sobre como podemos utilizar as metáforas em nossos processos de coaching;
- Dulce Soares, coach MCC, Supervisora e Mentora da ICF, apresenta as sutilezas para se decifrar as histórias dos coachees;
- Paulo Monteiro, que traz um presente para os leitores ao associar à sua abordagem um testemunho de um coachee que recriou a sua história;
- Fátima Lisboa Nascimento, que nos enriquece com a profundidade de sua abordagem, convidando-nos a refletir sobre a força das histórias que nós contamos.
Gratidão a todos e boas reflexões!
Artigo publicado em 12/11/2018