Quando Lannes, editor da Revista, me convidou para coordenar este dossiê, pediu que sugerisse o tema e logo pensei em Sustentabilidade. Por quê? O Coaching ainda é uma intervenção muito nova e com poucas pesquisas. Sendo assim, várias questões vêm à tona: O quanto, de fato, é possível se atribuir as mudanças adquiridas pelo Coachee ao Processo de Coaching? Que elementos metodológicos podem facilitar ou não estes resultados? Será que a base teórica da metodologia é que faz a diferença?  Ou será o Coachee que imprime maior contribuição ao desenvolvimento obtido no processo? Honestamente ainda não tenho claro e por isto convidei profissionais de diferentes orientações para que este assunto seja abordado e, desta forma, tenhamos excelentes reflexões.

Apresentamos, em primeiro lugar, o artigo de Marta Magnus – “Sustentabilidade: o que isso tem a ver comigo?”. Se utilizando da base ontológica, a autora nos convida a olhar nosso papel nas mudanças pelas quais ansiamos. O segundo artigo, “Reflexões sobre um modelo de Mudanças Sustentáveis geradas a partir de um processo de Coaching Executivo”, de Liana Gus. Sua produção se dá a partir de uma pesquisa e seus resultados publicados no International Journal of Evidence Based Coaching and Mentoring, em junho de 2016, onde Liana traz reflexões sobre os comportamentos que determinam a sustentabilidade da mudança a partir de um processo de Coaching Executivo. As terceira e quarta visões deste dossiê versam sobre o Coaching como uma intervenção para gerar mudanças sustentáveis. Seja através do artigo de Bibiana Zereu e Fernanda Dalla Coletta – “Coaching para a sustentabilidade do sujeito”, onde apresentam alguns elementos contemporâneos que podem fazer parte do processo, seja como no artigo de Monica Tonial – “Como o coaching ontológico trabalha na perspectiva da sustentabilidade”, demonstrando como os três pilares do processo ontológico podem manter no longo prazo as novas aprendizagens adquiridas. Simone Furini e Nair Gomes nos trazem, de maneira cirúrgica, elementos para que se estabeleça e se efetive o processo de coaching. A primeira com o artigo: “Vinculação: uma dinâmica que se estabelece e gera sustentabilidade ao processo de Coaching” e a segunda com um elemento mais metodológico: “Acompanhamento como fator de sustentabilidade do Processo de Coaching”.

Independente da metodologia que nos utilizemos para balizar os processos a que nos propomos a conduzir, acredito que uma das maiores contribuições do processo de coaching é ampliar a visão do Coachee. Este dossiê não é diferente. Lentes variadas para a construção de um horizonte amplo diante do universo de possibilidades humanas, considerando a individualidade de cada um. Espero que gostem. 

Uma ótima leitura!