Caro leitor,
esta edição aborda um tema fundamental para assegurar resultados a longo prazo para o processo de Coaching, e a forma como surgiu também é interessante. Quando convidei Simone Kramer para coordenar o dossiê de uma edição, deixei o tema aberto e Simone, como relata em sua apresentação do dossiê, imediatamente pensou na Sustentabilidade do processo de Coaching.
Quando pensamos nas mudanças que queremos para nossas vidas, é normal pensarmos na compra de um bilhete apenas de ida. O que acontece, entretanto, é que, normalmente, o bilhete de volta parece estar embutido, e acabamos retornando, não exatamente para o ponto onde estávamos, mas para suas vizinhanças. Vejamos o exemplo clássico de quem faz dietas, emagrece muito e depois recupera o peso perdido, o famoso efeito sanfona.
Este caso ilustra bem o que seja sustentabilidade. Uma dieta muito restritiva não é sustentável a longo prazo e não foi feita uma reeducação alimentar para uma mudança efetiva de hábitos baseada em uma tomada de consciência. Para que uma mudança produza efeitos duradouros, precisamos ter uma série de fatores envolvidos que contribuam e possibilitem que a mudança se estabeleça em termos efetivos e que esta encontre terreno fértil para estabelecer raízes.
No caso do Coaching, a responsabilidade por um processo que não produza efeitos duradouros sustentáveis recairá sobre o coach que, de maneira bem rasa, não fez um bom trabalho. O coach, por sua vez, poderá argumentar que não tem controle sobre o que se passa no interior de seu coachee e que não pode, portanto, garantir a sustentabilidade das mudanças obtidas.
Desta forma, torna-se de suma importância para nós, coaches, analisar as bases de um processo sustentável e quais são os principais fatores que permitirão ao coachee migrar para novo patamar de consciência e performance, não retornando ao que já foi.
Este conjunto de artigos que compõem este dossiê nos remete a uma profunda reflexão sobre uma série de fatores que afetam a sustentabilidade de um processo de Coaching e que, quando atentos a eles, podemos efetuar correções de rota importantes para que nossos coachees conquistem seus Eldorados e não mais retornem ao atoleiro de comportamentos repetitivos e sabotadores.
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 31/07/2017