Olá, caríssimos leitores e caríssimas leitoras.
Tem coisa que a gente escuta e o corpo já reage, não é mesmo? “Crise climática” é uma delas. Só de ouvir, já vem aquele misto de incômodo, negação, peso… e vontade de mudar de assunto rapidinho. Afinal, parece papo para cientista da ONU, ativista deitado no asfalto ou político querendo ganhar votos com selo verde. E aí vem a pergunta: o que Coaching tem a ver com isso?
Essa edição nasce justamente desse desconforto. E se te dissermos que é a partir desse incômodo que nasce o terreno fértil para conversas verdadeiras, transformações reais e caminhos mais conectados com o que importa?
Pois é. A edição 146 traz um tema que ainda engatinha no Brasil, mas que já corre solto mundo afora: o Coaching Climático. Quem lidera esse dossiê é um trio afiado e apaixonado pelo tema: Steffen Munzner, Iranise Pedro e Francesca Smith. Juntos, eles vêm criando e nutrindo a comunidade brasileira da “Climate Coaching Alliance” — e olha, que sopro de esperança ver gente boa e comprometida como eles dizendo: “vamos conversar sobre isso, sim”.
E o “isso”, aqui, vai muito além de carbono, derretimento de gelo e metas internacionais (que também são importantes, claro). O Coaching Climático parte do princípio de que a crise ambiental é também uma crise emocional, relacional e existencial. E que coaches, sim, muitos de nós, tem um papel essencial nesse cenário: o de criar espaços seguros para que as pessoas possam sentir, refletir e agir a partir de um novo lugar.
Essa edição está repleta de provocações inteligentes, histórias reais e caminhos possíveis. Você vai encontrar reflexões sobre o papel da empatia diante da eco-ansiedade, vai conhecer práticas para lidar com o luto climático, vai se inspirar com a criatividade que nasce da natureza (sim, a biomimética está entre nós!), e vai descobrir como liderança e consciência climática podem, e precisam andar juntas.
E antes que alguém diga “mas eu não entendo nada disso”, calma. O convite aqui não é virar ambientalista, viver no mato ou largar o carro (embora, se quiser, vai fundo). O convite é mais sutil, e talvez mais profundo: Como posso ser, como cidadão, e engajado com o desenvolvimento humano,alguém que sustenta o incômodo sem fugir dele? Alguém que olha para a complexidade do mundo sem se paralisar? Que pergunta, escuta e sente... antes de sair dando respostas prontas?
O Coaching Climático não é moda, nem nicho. É um chamado. Um chamado à presença. À escuta. À coragem de conversar sobre o que importa, mesmo quando dá um frio na barriga.
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Boa travessia. E que venham conversas que façam brotar vida, dentro e fora de nós.
Que você tenha uma excelente leitura,
Luciano Lannes
Artigo publicado em 07/07/2025