“As principais constatações indicam que coaching é um recurso efetivo que beneficia as organizações e várias são as facetas adjacentes que contribuem para esta efetividade.”
Grover, S e Furnham, A. (2016)
A crescente utilização do Coaching Executivo e Empresarial nas organizações trouxe alguns desafios tanto para a teoria quanto para a sua prática.
Pelo fato do Coaching Executivo e Empresarial, entendido aqui como uma intervenção voltada para aprendizagem e desenvolvimento no espaço organizacional, estar em fase de maturação, as atividades relacionadas à pesquisa sistemática ainda não se encontram na sua plenitude.
Levantamentos da literatura sobre Coaching na área organizacional registram raros trabalhos durante os anos trinta e alguns poucos trabalhos esparsos nos 50 anos que se seguiram. Foi somente na última década do século XX que surgiram estudos empíricos abordando a efetividade do coaching na melhoria do desempenho.
Kampa-Kokesch e Anderson (2001) realizaram um levantamento pioneiro sobre as contribuições que ocorreram na década de noventa. Estes trabalhos, segundo os especialistas, apresentavam algumas falhas, entre as quais “limitações na metodologia de pesquisa, inadequação no tamanho da amostra e estudos cujos resultados nem sempre estavam apoiados em dados.” Passmore e Fillery-Travis, (2011, p.70).
Passmore e Fillery-Travis (2011) elaboraram uma análise crítica da produção bibliográfica da primeira década do século XXI e distinguiram três fases comumente encontradas no decorrer do desenvolvimento de novas áreas do conhecimento:
1. Inicial ou de exploração – voltada para a definição do seu campo de interesse. Esta primeira fase de exploração contribui para a modelagem e identificação do que se entende sobre a área a partir da experiência, que aspectos poderão ser considerados como parte deste campo específico de investigação e o que estará fora dele.
2. Foco em teoria, metodologia e métrica - O início desta fase caracteriza-se por estudos de caso, pesquisas qualitativas limitadas, evoluindo para questões de natureza teórica, estudos com amostras maiores e, em alguns casos mais recentes, a utilização da meta análise.
3. Aplicação diferenciada da teoria, ou seja, pesquisar que abordagens serão mais adequadas para tratar as diferentes questões/situações encontradas.
Cada uma destas fases exigirá o uso de metodologias e instrumentos diferenciados, ou seja, substituir paulatinamente os simples levantamentos aleatórios sem especificação metodológica bem como os estudos de casos isolados por trabalhos que provoquem o desenvolvimento teórico fundamentado através de estudos quantitativos estatisticamente representativos.