Caro leitor,
falar sobre conflitos quando o tema é o ser humano, parece chover no mais molhado dos molhados. Temos a impressão de que nossas vidas estão imersas em conflitos de todos os tipos, categorias, cores e tamanhos.
Nossos conflitos vêm de nossa capacidade de poder optar. Temos a capacidade de olhar o ambiente, monitorar nosso estado interno, conectar com emoções, projetar cenários, envolver outras pessoas, fazer suposições, reduzir as opções para um número adequado e finalmente escolher uma. Entretanto, quando escolhemos aquela que nos parece a melhor, que atende nossos desejos da maneira mais completa, estamos abrindo mão de todas as outras opções. Talvez seja esta a maior das angústias humanas: poder viver apenas uma opção de cada vez. A amante, ou o amante, nada mais são do que a tentativa de viver duas possibilidades simultaneamente. Tornam-se dois mundos incompletos, e nenhum deles pode conter todas as coisas boas.
Qual a vida que vale a pena ser vivida? E de que forma?
Quando nos relacionamos com o outro, diferente de mim, vêm à tona as ideias divergentes, os pontos de vista diferentes, e por vezes não conseguimos coordenar tantas diferenças. Tudo é uma questão de bom senso, já sabemos. E bom senso é a capacidade que outros precisam ter de ver o mundo como eu vejo. Bem simples.
Como lidar com os conflitos? Muitas são as abordagens, e alguns pontos em comum destacam-se com frequência: “aprender a ouvir”, “não julgar”, “aprender a dialogar”, “aprender a silenciar”, “aprender a ouvir o coração”, “aprender a se desculpar”. Rever nossas intenções ao encontrar com o outro talvez seja um dos principais pontos. Quero ganhar dele ou compor com ele?
Esta edição que aborda a riqueza da dinâmica dos conflitos, organizada de forma primorosa por Joincy Luz, nos traz boas reflexões quanto à forma como vemos e entendemos os conflitos. Que assim possamos expandir nosso olhar e ajudar outros a fazer o mesmo.
Tenha uma excelente leitura.
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 18/09/2017