De acordo com alguns especialistas, quando os objetivos de um programa de coaching são alcançados “se torna autossustentado, produzindo resultados por um período indefinido” (Goldsmith et al., 2003, p.80). Se bem conduzido, gera aprendizagens, novos comportamentos e mudanças que tendem a se expandir no cotidiano do coachee, em “efeito cascata” (Krausz, 2007).
“Autossustentado”? “Período indefinido”? “Efeito cascata”?
Quem atua com a modalidade Coaching Executivo e Empresarial (CEE) acompanha de perto o impacto nos comportamentos e situações. Sobre o quanto estimula aprendizagem rápida e capacidade de adaptação às constantes transformações de um cenário global, de inovação, competitivo e mutante. Em especial pelos relatos dos coachees referentes às suas descobertas, iniciativas, mudanças e resultados.
Porém, alguns comportamentos são difíceis de mudar e nem sempre um novo padrão se instala, mesmo quando a percepção e a forma de se relacionar com a realidade é transformada (Zaharov, 2010). Um exemplo é a demanda trazida por um coachee para aprender a delegar de forma mais eficaz. Ele pode ampliar a visão sobre eficácia; mudar sua prática; identificar os efeitos; relatar o atingimento do objetivo e até a satisfação com os resultados. Agora, será que essa mudança irá se sustentar ao longo do tempo?
Compartilho que os fatores “tempo” e “sustentabilidade das mudanças”, através do CEE, desencadearam uma profunda inquietação profissional, a ponto de me desafiar a estudá-los, em profundidade. Afinal, o que influenciaria na permanência ou não das mudanças conquistadas pelos coachees? E é aqui que a “jornada” começa!
Mudanças e sustentabilidade
A questão das mudanças é discutida há cerca de 2500 anos. Heráclito de Éfeso (535 – 475 a.C.), filósofo pré-socrático, já dizia: “Nada é permanente, exceto a mudança” e “Tudo flui, nada persiste, nem permanece igual”. Já o conceito de sustentabilidade, ou seja, da permanência das mudanças é recente.