Há muitos anos recebi de uma querida amiga, como um presente, essa fábula de autor desconhecido. Ela me disse que quando a leu lembrou-se imediatamente de mim e do que tenho procurado realizar. Sou imensamente grato pelo presente, pois essa estória da viagem das mil luas já me refletir muitas vezes.
Compartilho nesse início de ano, que pode ser considerado como um início de uma viagem, com algumas questões a serem refletidas e praticadas. Boa Viagem!
Era uma vez uma civilização rica e avançada. Seus habitantes viviam em harmonia, eram livres e felizes. De lá partiam navios para todos os cantos do mundo levando a ciência, a medicina, a agricultura e as artes. Para lá seguiam peregrinos em busca de conhecimentos avançados.
Qual era o segredo daquelas pessoas e de seu sucesso em época tão remota?
Na formação dos jovens, havia uma etapa muito importante a ser cumprida: a viagem das mil luas...
Após muitos anos de estudo, os jovens deveriam partir para uma grande jornada que os levaria a conhecer terras distantes e lugares desconhecidos. Eles se preparavam desde a infância, primeiro com a ajuda dos pais e depois com a ajuda de mestres dedicados.
Antes de partir havia o ritual de despedida. Havia no centro de uma praça o Templo dos Navegadores, onde cada jovem entregava o seu plano de viagem. Sabiam, desde crianças, que um navegador sem plano é um pássaro sem rumo. Sabiam que para controlar seus destinos era preciso plano e determinação. A entrega do plano representava essa intenção.
No extremo oriental da praça, havia um templo um pouco menor onde os jovens nunca tinham entrado. Pela primeira vez o jovem que partia conheceria seu interior e o segredo das pessoas mais admiradas por todos: os sete sábios do Templo Sírius. Deles receberiam conselhos e orientação para a longa jornada que começava com a luz da manhã.
Esta é a história de um desses jovens prestes a partir em sua viagem das mil luas.
Depois de tantos anos de preparação, o que mais poderia aprender naquela noite?
Que conselhos receberia agora que ficaria a sós com cada um dos sete sábios?
O jovem subiu as escadarias do Templo, atravessou-o e viu-se diante de um jardim. O sol criava um ambiente misterioso e lá o esperava
o primeiro sábio. Chegou e sentou-se ao seu lado. O sábio disse-lhe:
- Algumas nações progridem, outras desaparecem, algumas pessoas resistem, outros desistem. Onde está a diferença? Seria o destino, a sorte de cada um? Na nossa civilização não pensamos assim – prosseguiu o mestre. A diferença está na visão que as pessoas têm de seu futuro. Se você acreditar que terá sucesso na viagem, é muito provável que assim terá. Se você, no entanto, acreditar que não terá sucesso, é certo que assim será. Você se lembra de que quando era menino, sonhava que um dia seria marinheiro de verdade e sairia para conhecer o mundo? Esse dia chegou e isso ocorreu porque primeiro você sonhou.