O uso do tempo é um tema que, apesar de sua importância, não tem sido adequadamente considerado nos processos de Coaching Executivo.
O chamado Time Management teve seus anos de glória na década dos oitenta e a demanda por cursos presenciais e à distância, livros e artigos cresceu rapidamente a nível mundial, disponibilizando um recurso para enfrentar o ritmo crescente das mudanças.
Como soe acontecer, após um período de elevada popularidade a demanda baixou, abrindo espaço para novas intervenções em busca de soluções para as dificuldades crônicas do mundo empresarial.
Entretanto, a Gestão do Tempo continua, cada vez mais, a ser um fator que impacta diretamente o nível de desempenho no trabalho, independente do cargo/função das pessoas.
Como relatam Ellam-Dyson e Palmer (2008, P. 81), “coaches foram entrevistados a respeito das dificuldades que alguns de seus clientes tinham em relação ao coaching. A falta de tempo foi o fator mais mencionado pela maioria dos entrevistados”.
A gestão eficaz do tempo envolve conscientização, disciplina, flexibilidade, aprender e desaprender, disponibilidade para rever hábitos e rotinas, baixar o estresse, distinguir entre o importante e o urgente enfim, elevar a eficácia e qualidade de vida no trabalho, questões estas que frequentemente surgem e impactam os resultados dos processos de Coaching Executivo.
Entendemos que a gestão eficaz do tempo pode ser vista como parte integrante dos chamados soft skills, ““uma expressão considerada por alguns como inadequada para identificar estas competências, habilidades, capacidades e aptidões difíceis de diagnosticar , descrever e desenvolver, uma vez que se referem a um conjunto de características nem sempre identificáveis” (Krausz, 2023).
A gestão do tempo foca a otimização do uso das 24 horas diárias disponíveis a qualquer ser humano, contribuindo assim para elevar, qualitativa e quantitativamente, os resultados em suas atividades pessoais e profissionais.
Entretanto, observa-se que existem pessoas que disponibilizam tempo para tudo que se propõem a fazer, enquanto outras nunca encontram o tempo para fazê-lo. Tornam-se assim devedoras de si mesmas e acabam por gerar falta de confiabilidade, uma vez que tendem a não cumprir compromissos assumidos, muitas vezes justificados pela tal falta de tempo.
O tempo é um fator essencial, com características próprias. Decorre de forma constante e incontrolável, não pode ser acumulado, nem recuperado.
É um recurso sui generis cuja importância nem sempre é devidamente reconhecida. Por ser perecível, tende a ser subutilizado/desperdiçado. No entanto, seu suprimento é constante e estável. Trata-se de um recurso acessível a todos que, quando adequadamente aproveitado, poderá contribuir para o desenvolvimento e o bem estar dos indivíduos.
Utilizar o nosso tempo de forma significativa para alcançar nossos objetivos é uma forma de enriquecer nossa qualidade de vida, cultivar relacionamentos, crescer pessoal e profissionalmente, contribuir para o crescimento do outro.
Gestão do tempo, entretanto, não é panaceia. Trata-se de um recurso que propicia aperfeiçoamento contínuo, com base no bom senso, no autoconhecimento e na aprendizagem, o que o torna coerente e compatível com o processo de Coaching Executivo com o qual compartilha seus objetivos.