“Neste novo mundo do trabalho, o impacto da tecnologia
significa que novas habilidades e novos papéis estão surgindo
com a mesma rapidez com que outros papéis mudam”
D. Luchtenberg (2022)
A preocupação com a qualidade das pesquisas na área do Coaching em geral, e do Coaching Executivo em particular, tem estimulado os estudiosos e pesquisadores a buscar alternativas para incentivar intervenções sistemáticas que possam ampliar o conhecimento sobre os fatores significativos que determinam os resultados desta intervenção.
Como escrevem Boyatzis el al. (2022, p. 203) “ se coaching se propõe a contribuir para criar e apoiar uma sociedade melhor a nível mundial será crucial estudar, desenvolver e aperfeiçoar a prática do coaching”.
Em 2022 o Thought Leadership Institute (*) convidou 35 estudiosos de Coaching para discutirem o que já sabemos e o que precisamos descobrir sobre o tema.
Uma das razões desta iniciativa foi a de propiciar uma compreensão ampliada do coaching e suas múltiplas facetas que tendem a emergir de um debate grupal entre especialistas.
Boyatzis et al. (2022), relatam que foram focados quatro aspectos:
1 - Resultados esperados do Coaching.
Trata-se de uma pergunta para a qual não dispomos de uma resposta unânime. As investigações disponíveis indicam, que Coaching gera resultados positivos.
Haan et al. (2019 e 2020) citam a satisfação do coachee em sua relação com o coach e com os resultados do processo.
Para Grant (2012) coaching estimula a intenção do cliente de agir e alcançar determinados resultados.
Outros resultados, tais como sensação de bem estar resultante do processo, uma visão pessoal coerente sobre os resultados do processo, mudanças de comportamento também são mencionados.
Entretanto, estes aspectos não foram suficientemente explorados em termos de resultados, pois exigem estudos tanto qualitativos, quanto quantitativos tais como comparação entre grupos ou modelos de investigação pré e pós coaching. Além disso, fica uma questão fundamental, nem sempre devidamente considerada. Resultados para quem? Coachee, organização, stakeholders, coach, superior imediato do coachee?
Para responder a estas perguntas foram levantadas várias necessidades de pesquisas, dentre as quais destacamos:
A) Estudos que foquem múltiplos resultados capazes de avaliar os efeitos interativos e possíveis efeitos mediativos e moderativos do coaching.
B)Investigações que determinem a efetividade do coaching sobre uma ampla variedade de resultados ou variáveis dependentes.
C)Estudos sobre os 9 resultados do coaching, considerados como uma variável dependente: satisfação do cliente, intenção do cliente ou atingimento de metas, sensação de bem-estar, visão (propósito ou sonho), resultados para a saúde, mudança comportamental ou de competências, melhoria da qualidade dos relacionamentos, melhoria do desempenho, relação custo/benefício, auto consciência e auto insight.
D)Pesquisa comparativa de clientes (ou coaches) a nível mundial.
Como podemos verificar trata-se de um conjunto de necessidades de pesquisa cujo atendimento, em virtude de sua complexidade e abrangência, exigiria o apoio institucional das inúmeras entidades de coaching a nível internacional, além de um conjunto de pesquisadores experientes e disponíveis para a organização e coordenação desta complexa missão.
Observamos que um outro aspecto diretamente relacionado com resultados não foi se quer mencionado. Refiro-me à sustentabilidade dos resultados alcançados. Obter resultados é fundamental, mantê-los é vital. Entretanto, trata-se de um fator de difícil mensuração e manutenção, já que tanto pessoas como organizações tendem a retornar aos comportamentos habituais, à sua zona de conforto. Daí a necessidade de um acompanhamento sobre a incorporação, de fato, das mudanças conquistadas através dos processos de coaching, particularmente no caso do Coaching Executivo e Empresarial.