“Embora não seja possível prever o futuro com certeza absoluta,
parece evidente que o mundo do trabalho está mudando”
McKinsey Global Institute, Janeiro 23, 2023.
Num levantamento recente, Field, Hancock et al. ( Março/10, 2023) focam um tema pouco analisado, o papel da gerência média nas organizações produtoras de bens e serviços.
Como ressaltam os autores, “ no moderno ambiente de trabalho, a média gerência tem enfrentado muitos desafios. Um novo levantamento identificou três áreas nas quais as organizações poderão apoiar mais seus gerentes e ajuda-los a produzir mais” (p.2): Foco em talento, remoção de barreiras organizacionais e incentivos personalizados.
Numa mesa redonda do World Economic Forum (2022) sobre os efeitos da Quarta Revolução Industrial discutiu -se o quanto o impacto da tecnologia gera um rápido surgimento de novas competências, de novos papéis e revisão de outros aspectos nas organizações.
Ressaltou-se, também, o papel das pessoas como a fonte de energia essencial para funcionamento de qualquer empresa, bem como das mudanças que tem alavancado as sucessivas revoluções que marcam a história da humanidade
Os dados levantados por Field, Hancock et al., (Março/2023) sobre os gerentes médios sinalizam que inúmeras organizações poderão estar, sem perceber, prejudicando a capacidade dos gerentes de representarem seus reais papéis.
Uma média gerência eficaz, que cultiva relacionamentos produtivos com sua equipe, tende a tornar clara a relação que existe entre a visão que os membros tem da organização na qual trabalham, a qualidade do trabalho que realizam e seus respectivos resultados.
O fenômeno do “quiet quitting”, por exemplo, indica a existência de uma insatisfação implícita do colaborador com o seu trabalho, o que gera indiferença, passividade e baixa produtividade.
Um outro ponto a considerar é que não basta as organizações acharem que estão preparadas para o futuro. Será necessário assegurar que a força de trabalho se mantenha competente para atuar em ambientes em constante transformação e, acima de tudo, empoderada e ativamente envolvida nos desafios de um contexto mutante.
No recente artigo recente do McKinsey Global Institute (Jan., 23, 2023) foram constatadas algumas tendências dentre as quais ressaltamos três:
1. Considerando-se oito das maiores economias mundiais (China, França, Alemanha, India, Japão, Espanha, USA e Reino Unido), mais de 100 milhões de trabalhadores mudarão de atividade nos próximos sete anos.
2. Os postos de trabalho tendem a concentrar-se em atividades de elevada competência e conhecimento, enquanto a demanda por atividades menos especializadas tem diminuido.
3. Embora o trabalho remoto tenha-se mostrado viável, começa-se a perceber uma perda na qualidade dos vínculos entre as pessoas, vínculos relacionais estes que promovem a integração social e o sentimento de pertinência. A sustentabilidade do trabalho remoto dependerá do ambiente, do tipo de trabalho, das tarefas, dos resultados a serem alcançados e, em especial, do cultivo da coesão grupal nas organizações.
Tal panorama nos convida a refletir sobre o quanto as organizações contemporâneas, com suas tradicionais estruturas piramidais estão , de fato, preparadas para lidar simultaneamente com as novas tecnologias, as novas gerações de trabalhadores e com o ritmo das mudanças sociais, econômicas e culturais que impactam o contexto a nível global.