“Coaching permite que as práticas atuais sejam ampliadas e refinadas e os que as preconizam para a educação apoiam-se nas evidências das pesquisas para ressaltar como coaching eleva os resultados dos estudantes e acentua o desenvolvimento profissional”
R. Lofthouse e T. Hollweck (2021)
Como lembra Whitmore (2004, p.18) “coaching não é simplesmente uma técnica a ser disponibilizada e aplicada de forma rígida em determinadas circunstâncias. É uma maneira de gerenciar, é um modo de tratar as pessoas, é uma forma de pensar, é um jeito de ser”
Coaching em educação compartilha destas características. É uma intervenção de caráter eminentemente colaborativo que envolve coaches, coachees e demais atores, os stakeholders , no processo de coaching. Constitui um conjunto de ações no ambiente educacional com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento contínuo do processo de formação do estudante. Seu foco, portanto, concentra-se nos resultados que, direta ou indiretamente beneficiarão o corpo discente e, por extensão, os demais envolvidos neste processo.
O Coaching em Educação apresenta inúmeras facetas e, como lembra Lofthouse (2018), não existe uma definição clara de qualificações, nem requisitos mínimos para coaches atuando em contextos educacionais. Tal condição tem limitado o desenvolvimento de profissionais adequadamente preparados para atuar nesta área específica, além de dificultar a busca de profissionais competentes para prestar serviços em instituições escolares interessadas em adotar esta intervenção.
Outro fator limitante é a relativa escassez de estudos e pesquisas sistemáticos disponíveis para responder a uma questão que é crucial para o adequado crescimento do Coaching Educacional como uma área especializada, isto é, Quem é o Coach Educacional e qual é o seu papel como profissional.
Nieuwerburgh e Barr (2016, p.1)) observam que o termo coaching nem sempre é usado adequadamente no ambiente educacional. Entendem os autores que trata-se de “uma intervenção facilitadora, voltada para apoiar o coachee a assumir a responsabilidade de adequar seu comportamento ou sua maneira de pensar para atingir resultados melhores”
Para Lofthouse e Hollweck (2021), p. 6) “ As conversas de coaching estão ancoradas em confiança, segurança, respeito mútuo e curiosidade” e “o sucesso do coaching aumenta quando o foco é claro, papéis são definidos, há estrutura e uma melhor compreensão sobre como dar e receber feedback construtivos”.
Lofthouse (2018), numa das poucas pesquisas disponíveis sobre o tema, focou aspectos específicos do trabalho do coach educacional, já que este atua num ambiente sui-generis, cuja complexidade e variabilidade geram demandas diferenciadas das lideranças, dos professores, dos estudantes e dos demais players envolvidos em atividades relacionadas com a educação formal.
Dentre os aspectos de um coach educacional considerados relevantes pelos 6 profissionais que participaram da mencionada pesquisa foram levantados os seguintes pontos:
1 - A percepção dos entrevistados de que o desenvolvimento das práticas por eles utilizadas dá-se, em grande parte, através da oportunidade de novos trabalhos/empregos e do seu próprio aperfeiçoamento profissional. Os seis coaches entrevistados vivenciaram a experiência de coaching como um processo formativo, através do qual aprenderam mais sobre si mesmos, sobre os diferentes contextos organizacionais , sobre suas habilidades e sua capacitação para atuar como coach. Enfatizaram, também, que Coaching em Educação não é uma prática estática, nem um mero conjunto de habilidades, mas algo que evolui através do tempo.