“Pesquisas sobre confiança indicam que esta gera relacionamentos mais seguros e mais saudáveis”.

Simpson, 2007, p.587.

Confiança promove uma sensação de bem-estar que nos leva a abertura, a nos  conectar com, contar com, receber conselhos, estar abertos para compartilhar nossas vulnerabilidades”

Dean e Humphrey (2020) 

Aquele que não confia o suficiente, não receberá confiança.

Lao Tzu

Um dos entraves na análise do papel da confiança em processos de coaching executivo é a falta de consenso sobre este conceito.

Para alguns confiança pode ser considerada como uma competência, para outros uma percepção sobre uma pessoa, para outros ainda uma expectativa ou uma sensação. Trata-se de um tema que tem sido retomado nos últimos anos, gerando inclusive algumas investigações que buscam compreender, especificamente, o seu papel nos processos de coaching executivo.

Para Gibb (1978, p. 14), confiança é algo muito semelhante ao amor, sua presença ou ausência poderá fazer uma grande diferença em nossas vidas”

Segundo Dean e Humphrey (2020, p.2), “sabemos que confiança (trust) é uma construção mental, uma mistura de pensamento e sentimento de grande importância. Rotulada como valor, fala sobre o que acreditamos sobre nós e sobre os outros. Tem um significado muito pessoal e se expressa através de nossos comportamentos.”

Para Bligh,(2016, p.22) “Confiança  é um vínculo  interpessoal dinâmico entre pessoas, com implicações diferenciadas para o trabalho. Confiança é definida como uma expectativa ou crença de que uma pessoa poderá confiar nas ações e palavras de outra pessoa e que esta tem intenção de cumprir seus compromissos.”

Whitehead (2020, 28-29) considera que confiança é uma característica pessoal e não um soft skill

“A confiança está relacionada com a forma como somos percebidos pelos outros e através de nossas ações” ....... “Confiamos ou não nas pessoas com base em nossas percepções sobre suas ações”.

Como afirmam Kouzes e Posner (2011) confiança e credibilidade são geradas quando as pessoas fazem o que dizem que farão”.

Entendemos que confiança é fruto da coerência entre o discurso e a ação de um indivíduo.

A confiança tem sido considerada como um dos fatores essenciais do desenvolvimento e da manutenção de relacionamentos saudáveis e produtivos em processos de coaching” (Schiemann et al. 2019, p. 166), especialmente em processos de coaching executivo em organizações.

Segundo Gibb (1978, p. 15), a confiança enriquece nossa experiência e gera integração entre as pessoas. Libera a criatividade, estimula a liberdade, transcende o medo, contribui para criar um contexto que nutre o crescimento pessoal e amplia a compreensão de sistemas sociais mais amplos. 

Whitmore (2002, p. 20) comenta que “o relacionamento entre coach e coachee deve ser de parceria  na busca de confiança, de segurança e do mínimo de pressão”

Como lembram Markovic et al (2014, p. 102), “confiança é um elemento chave em toda a interação social e constitui a base de relacionamentos eficazes. ... A decisão de confiar num indivíduo é um processo cognitivo e afetivo complexo, envolvendo inúmeros fatores”. 

A confiança poderá contribuir para estimular a comunicação aberta, ampliar a troca e o compartilhamento de informações relevantes entre pessoas, facilitar e aprofundar a interação, criar um clima de segurança, de autenticidade e transparência, aspectos estes essenciais em processos de coaching.