Você, colega coach, realmente segue pela vida como aprendiz? A resposta pode ser: claro, sempre. É o que eu mesma dizia. Acontece que nos contamos muitas histórias e, há pouco tempo, me dei conta de que carregava um padrão de que tinha que acertar, performar, ser excelente sempre. Foi um espaço dolorido e importante de acessar porque estar a serviço da transformação do outro é também estar aberta a minha própria transformação a partir do que vou aprendendo em cada novo trabalho, em toda situação da vida. É também aceitar que o padrão de excelência que eu busco para minha atuação profissional compreende erros, grandes mestres do aprendizado.
A partir dessa descoberta, mudei o observador que sou e tenho sido mais corajosa e condescendente em minha trajetória, o que tem me trazido mais leveza e humor, uma das minhas metas de vida. Essa observação me traz coerência também porque me mantém na trilha da aprendizagem transformacional ou de terceira ordem, que é o que oferto como coach ontológica. Estou a serviço do meu cliente e, por mais óbvio que isso possa parecer, essa declaração pressupõe que eu não sei o que vai ocorrer em uma sessão, assim como não tenho respostas para as questões e buscas do coachee. O que me proponho a fazer, então, é caminhar junto e acompanhá-lo para que possa acessar outras possibilidades e, a partir de uma visão mais ampla, fazer escolhas em consonância com o que deseja para o seu momento de vida. E isso significa que eu não tenho controle sobre o processo, que posso ter interpretações ou perguntas refutadas, e, finalmente, que, com cada pessoa, aprendo a dar passos diferentes, cocriando uma dança única, nunca antes criada. Como não errar ao arriscar novos passos?