Temos como combater esse “mal do século” chamado Burnout?
A vida inteira ouvimos falar sobre dedicação ao trabalho, pressão por resultados, desempenho e estresse. Passamos a encará-lo como algo inerente à profissão e se não o experienciarmos seria sinônimo de falta de dedicação ou acomodação.
Todos nós estamos sujeitos a sofrer de Burnout pois estamos expostos as suas causas diariamente. A síndrome de esgotamento não pertence a certas profissões ligadas à saúde como inicialmente se acreditava, mas à natureza das condições externas e internas que a fazem acontecer. A pressão por alto rendimento constante não se limita às profissões, mas está até nos desempenhos escolares e nas relações familiares, seria inocência não perceber que o Burnout pertence à toda sociedade.
Mas não podemos esquecer que os primeiros trabalhos sobre Burnout foram quando, nos anos 70, Herbert J. Freudenberger começou a perceber a existência de condições que tornavam o trabalho uma grande fonte de frustração, gerando oscilações de humor, dificuldade de concentração e desinteresse pelos demais. Portanto, podemos supor que a questão não está apenas no trabalho em si, mas nas expectativas que colocamos neste, no significado que projetamos, na relevância que percebemos neste para a sociedade e o quanto nos sentimos capazes de realizá-lo.
Paradoxalmente, as altas expectativas geram motivação e idealismo no que se refere à profissão e possibilidade de realização, mas podem ser mais prejudiciais que benéficas para este quadro.
Por incrível que pareça, pessoas altamente motivadas e dedicadas são acometidas pelo Burnout, porque mergulham fundo no seu trabalho, muitas vezes não sabem dizer não e se sobrecarregam. Mas, com o tempo, passam a ter uma queda significativa de sua performance e qualidade de serviços prestados. Aí recomeça o ciclo de expectativas e frustrações... Calma, não quero dizer com isso que você não deve se entusiasmar e se dedicar a seu trabalho, mas talvez uma boa dose de equilíbrio seria importante...
Será que meu trabalho atual pode me levar ao Burnout?
Depende. A pergunta aqui seria: qual você acredita ser seu propósito? O que realmente te dá prazer na vida? O que de melhor que você pode oferecer ao mundo e ao teu trabalho?
Não acredito que basta trabalhar com o que amamos que não sofrerá de Burnout algum momento da sua vida. Se teus valores não tiverem alinhados com a empresa em que trabalha, com seu chefe e seus pares, não creio que haja qualquer possibilidade de se sentir satisfeito com o que se faz. Este é o primeiro passo para não experimentar esse sabor amargo do Burnout...