Fui ao médico com algumas dores em diferentes articulações. Há um desgaste pela prática de atividades físicas de impacto e pelo tempo, mas enxergando o meu corpo como um sistema integrado e complexo, perguntei se as minhas emoções não poderiam estar agravando o quadro. Escutei a seguinte resposta: “Deixa isso pra lá. Esse negócio de emoção não existe. É desgaste mesmo e pronto. A gente trata e fica bom.” Saí do consultório apreensiva. Como alguém pode tratar de partes do meu corpo desconsiderando todo o resto de mim? Infelizmente, esse pensamento ainda é comum, herança da segmentação entre o mundo exterior (corpo) e interior (alma) imposta pelo Materialismo. Refleti na contribuição que o Coaching Ontológico traz para a humanidade, trazendo o campo das emoções para o espaço de aprendizagem de novas formas de ser e atuar.
O coração está estrategicamente posicionado entre a cabeça e as mãos. No meu entendimento, é porque as melhores possibilidades de movimentos humanos precisam fazer esse caminho. De outra forma, impulsionados somente pelo racional, as ações perdem em efetividade, originalidade, integridade e coerência. Ou seja, passamos boa parte da nossa existência humana privando a nós mesmos e ao Mundo da nossa melhor atuação. No passado, as emoções eram associadas a esse órgão do corpo e destituídas de poder de ação, então considerado espaço da racionalidade. Hoje, depois do mapeamento dos neurônios do coração, os cientistas já afirmam que há nesse espaço um pequeno cérebro que pensa e age. Por isso, sigo denominando essa conexão de “espaço do coração”, associando-a ao campo das emoções, um dos domínios humanos sobre os quais o Coaching Ontológico se desenvolve e objeto da quinta competência segundo o Modelo de Sete Competências, publicado pela Associação Argentina de Coaching Ontológico Profissional (AACOP).