“A noite parece adentrar-se profundamente,
Somente no interior resplandece clara luz.”
J. W. Goethe
A leitura deste artigo já pode ser uma jornada sobre o tema, uma experiência, uma vivência de experimentação e exploração do mundo das forças da vida, da criação.
Assim, para iniciar, convido para uma experiência de centramento.
Sente-se de forma confortável, num nível de tensão dos músculos apenas suficiente para que eles sejam capazes de manter a coluna ereta. Feche os olhos. Respire fundo três vezes, aquiete-se e crie um espaço interior. Deixe os pensamentos irem e virem sem brigar com eles.
Concentre-se na expressão “Fazendo arte” .... agora libere a expressão, fique com o vazio, mantenha-se na quietude. Repita essa sequência por três vezes.
Sinta gratidão pela experiência vivida.
Abra os olhos e anote as imagens, palavras, sensações e sentimentos que apareceram durante esse centramento.
Guarde a folha. Retornaremos a ela ao final.
O mundo está cada vez mais veloz, cheio de demandas, movimento e fluxo. Perguntamo-nos: O que é verdadeiro e o que é fake? O que é permanente e o que é temporário? O que é essencial e o que é supérfluo? Onde está a verdade, a beleza e a bondade? Para encontrar essas respostas, precisamos aprender a criar um diálogo verdadeiro com os fenômenos (considero nessa palavra tudo com o qual nos relacionamos).
Talvez você se lembre que antigamente para termos uma foto ou um vídeo, usávamos um filme, o negativo. Ele era colocado na máquina de fotografar e depois dos clicks para capturar a imagem ele precisava ser revelado. Quem foi dessa época lembra que o negativo era muito feio, quase impossível de se imaginar que de lá sairia uma linda imagem. Tudo o que era necessário estava no negativo e a transformação, a revelação, acontecia estimulada pela incidência de luz. Esta é uma metáfora para o que acontece nesses nossos tempos modernos. A coisa parece muito feia, tudo o que é preciso para um mundo melhor já está aqui, e a pergunta é: qual a luz, que incidindo sobre o mundo, pode torná-lo belo?