Começo este texto com uma máxima para mim: só terá uma comunicação autêntica quem conviver com pessoas diversas.
Eu trabalhei por três anos em uma escola de filosofia ética e dinâmicas da convivência e aproveitei para fazer todas as formações possíveis, conheci de Maffesoli a Matthieu Ricard, pratiquei ioga, conheci as práticas chinesas, filosofia indiana CNV, Práticas meditativas e afins, mas o que materializou em mim todas essas formações foi conviver com os povos da floresta, pisar o chão campesino, ouvir histórias ancestrais...
Aprendi que as coisas têm tempo e que esse tempo precisa ser respeitado, não existe técnica que vença a experiência. Cheguei cheia de ferramentas e fui engolida pelo silêncio, pela pausa e o olhar atento e aberto ao aprendizado.
Vou elucidar com um exemplo, cheguei em Belém em uma manhã quente e úmida, muitas coisas para fazer antes da saída do barco às 18h. Resolvidos os pepinos fui ao porto embarcar, estava deslumbrada com a imensidão do rio, foi uma viagem muito agradável, passávamos entres redes coloridas para chegar até o topo do barco, céu estrelado, som alto tocando brega, famílias inteiras vivendo um trajeto corriqueiro para eles, eu marinheira de primeira viagem aumentava minha paixão pelas águas amazônicas.