Ningu m duvida que o mundo seria um lugar melhor se as pessoas se comunicassem com respeito empatia e cuidado consigo mesmas e com os outros A Comunica o Aut ntica surge como uma pr tica recente que procura dar conta desse ideal ou prop sito Suas pr ticas s o t o diversas quanto seu corpo conceitual que tem inspira es desde a Psicologia Humanista de Carl Rogers at a Comunica o N o Violenta CNV de Marshall Rosenberg - apenas para citar as principais Sendo assim a inten o aqui expandir as conversas sobre a Comunica o Aut ntica trazendo algumas perguntas e provoca es que permitam uma aprecia o cr tica do que fazemos sob este nome Diante da impossibilidade de falar em nome de uma pr tica unificada nos limitamos a recolher alguns efeitos e consequ ncias deduzindo premissas que emergem de sua pr xis Eu tu eles Parece que a primeira suposi o que a Comunica o Aut ntica coloca em cena que as rela es melhoram a partir do momento em que reconhe o a necessidade do outro ao mesmo tempo em que procuro exprimir minhas pr prias de forma cuidadosa e verdadeira Algumas quest es podem ser levantadas como De que modo isso acontece Em que situa es poss vel e desej vel ser aut ntico Em que circunst ncias os poss veis danos ser o maiores que os benef cios Outro fio condutor o papel regenerativo do interc mbio e reconhecimento das necessidades supostas s falas dos interlocutores Tal interc mbio seria mediado pela reprodu o de um processo mais ou menos estruturado e a aplica o de ferramentas como se fosse um livre mercado regulado pela m o invis vel da t cnica que garantiria condi es seguras e justas de troca Ainda que algumas abordagens mencionem o impacto sist mico a nfase discursiva e pragm tica recai na livre troca interpessoal entre um eu e um tu individualizados O que acontece quando privilegiamos a dimens o interpessoal eu e o tu relegando a um segundo plano a dimens o coletiva organizacional institucional e social Em que medida a t cnica capaz de garantir condi es equ nimes em situa es de distribui o de poder assim tricas Ou seja como pensar numa troca equitativa entre o patr o e o empregado precarizado entre um policial e um jovem negro da periferia ou mesmo entre dois colegas de uma mesma empresa mas de reas com diferentes participa es no resultado financeiro do neg...