Caros leitores,
em seu artigo, Carolina Messias e Michelle Prazeres citam o sociólogo francês Philippe Zarifian, que conceitua o termo “comunicação autêntica” como: “um processo pelo qual se instaura uma compreensão recíproca e se forma um sentido compartilhado, resultando em um entendimento sobre as ações que os sujeitos envolvidos são levados a assumir juntos ou de maneira convergente”.
Quando pensamos no sentido original da palavra comunicação, “communicare”, tornar comum, ele nos traz um forte laço com a escuta, a empatia, a troca e o diálogo. Com o passar do tempo, não necessariamente com o desenvolvimento ético e de valores do ser humano, a comunicação se transformou em ferramenta de disputa, baseada na articulação e muitas vezes manipulação de narrativas.
Este movimento, que transforma a comunicação em ferramenta, instrumento, de disputa e poder, abre espaço para o surgimento de outras abordagens como a comunicação humanizada, o que a princípio parece um pleonasmo.
Este dossiê, coordenado por Káritas Ribas, traz nove artigos muito ricos, que irão possibilitar uma reflexão ampla sobre o significado, amplitude e importância da Comunicação Autêntica.
Ela necessariamente ocorre em um contexto bem diferente da comunicação com a qual estamos acostumados, estilo ping pong. Para começar, ela necessita de um ambiente de confiança, física, emocional e psicológica. Um ambiente que vai muito além da simples não agressão, ele pressupõe e até exige uma postura diferente da que estamos acostumados no paradigma da disputa e do enfrentamento.
Fico feliz que nestes tempos conturbados, pudemos trazer este tema para iluminar os pensamentos, fortalecer os conceitos e incentivar uma nova ação, efetivamente conectada com o que temos de mais humano, o amor, a solidariedade, a empatia e a compaixão, nas palavras de Carolina Messias, Michelle Prazeres, Carolina Nalon, Dumit Abbud, Fabiana Bustamante, Giovana Belfiore, Káritas Ribas, Kau Mascarenhas, Paulo Corniani e Priscila Fonseca.
Que este dossiê possa ser um marco na forma de muitas e muitas pessoas verem e praticarem o diálogo de almas, de forma segura, autêntica, legítima e para benefício mútuo.
Tenha uma excelente leitura.
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 03/05/2021