“A realidade está onde você coloca sua atenção”
William James
Neste momento da humanidade, começamos a entender que é necessário ir para além das preocupações com a saúde mental, entendo que há um processo que pode nos ajudar a prevenir o desenvolvimento dos transtornos mentais: aprender a cuidar das nossas emoções.
Mas qual é o momento para aprendermos a cuidar de nossas emoções?
Atualmente, escolas infantis estão começando a focar na aprendizagem socioemocional, tendo em vista que o ambiente escolar começa a ser avaliado pelo desenvolvimento destas habilidades nos estudantes. Não basta entregar conteúdo em matemática, física, línguas, biologia, artes... os jovens precisam ser preparados para se tornarem seres humanos capazes de reconhecer suas emoções, lidar com elas, tomar decisões responsáveis e cuidadosas, construir relacionamentos saudáveis e duradouros. Em um mundo globalizado, diverso e cheio de desafios interessantes, precisamos aprender a nos conectar com pessoas que pensam diferente de nós e que são diferentes de nós.
Indo para a vida adulta, o tema do equilíbrio emocional passa por diversos cenários nas organizações e na maturidade das lideranças. Ele pode ser visto como um tabu, nem ser comentado, afinal falar sobre suas dificuldades emocionais pode indicar vulnerabilidades. Mesmo passando por tratamentos psiquiátricos, utilizando medicamentos ou até mesmo drogas ilícitas, muitos líderes procuram manter uma imagem de invencibilidade. Por outro lado, os desequilíbrios emocionais podem ser identificados e causar preocupações com os afastamentos e a queda da produtividade de modo a despertar a necessidade de ações e fluxos de saúde emocional e mental nas instituições. Finalmente, o cultivo do equilíbrio emocional pode ser compreendido como uma core skill a ser desenvolvida na organização que passa a ter programas e incentivos para este processo acontecer.
O Cultivating Emotional Balance (CEB) ou Cultivando o Equilíbrio Emocional (https://cultivating-emotional-balance.org/ e http://cebbrasil.net.br/) é um programa desenvolvido com este objetivo de nos levar a conhecer e reconhecer as nossas emoções e das pessoas com quem nos relacionamos, e utiliza-se de práticas contemplativas como a meditação para nos levar à possibilidade de uma escolha emocional, ou seja como nos expressarmos emocionalmente. Temas como o desenvolvimento da empatia e compaixão, conhecendo como ocorre um episódio emocional, aprendizado e evolução dos episódios emocionais, compreendendo a impermanência dos eventos da vida, reflexões profundas sobre a felicidade, propósito de vida e escolhas pessoais e profissionais são desenvolvidos ao longo de 42 horas no treinamento completo. Versões mais breves podem ser adaptadas às necessidades das diferentes pessoas e equipes. O programa teve origem em um dos encontros do Mind and Life Institute (https://www.mindandlife.org/), que ocorreu em 2000, em Dharamsala na Índia, na residência do Dalai Lama. Ele mesmo um entusiasta da ciência, ajudou a criar este instituto que tem reunido cientistas e contemplativos para discussões, pesquisas com colaborações internacionais e que tem elucidado muitos dos efeitos das práticas como a meditação para a saúde humana. Se hoje temos escolas, hospitais, corporações que adotam práticas como mindfulness e diversos tipos de meditação como estratégias para promover saúde mental e bem-estar, muito se deve ao trabalho do Mind and Life Institute.