Imensa honra, mais uma vez, coordenar um dossiê para a Revista Coaching Brasil. Especialmente sobre um tema pelo qual sou absolutamente apaixonado e que se tornou uma das mais importantes habilidades para um ser humano viver num mundo VUCA.
Estamos falando da Inteligência Emocional, que segundo o Relatório do Futuro do Trabalho, publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2020, é uma das 15 habilidades que estarão em alta até 2025. Ao analisar outras habilidades comportamentais contidas no relatório, como (a) liderança, (b) resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade e (c) persuasão e negociação, penso que a inteligência emocional deveria ser considerada uma macro habilidade, pois permeia todas as outras.
Todos sabem que o tema ganhou destaque, especialmente no mundo corporativo, com o livro “Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”, de Daniel Goleman, que em 1996, apresentou uma nova perspectiva sobre sucesso profissional. Desde então, um jargão entre profissionais de RH afirma que a inteligência cognitiva assim como as habilidades técnicas proporcionam as melhores oportunidades de trabalho, mas é a inteligência emocional juntamente com as habilidades humanas e de relacionamento que definem o sucesso, crescimento e ascensão na carreira. Para aqueles que exercem funções de liderança, são habilidades ainda mais essenciais (apesar de lideranças tóxicas e de baixa maturidade emocional ainda presentes em muitas organizações) para lidar com diversidade, pressão e a crescente complexidade.
Além dos aspectos práticos do trabalho, temos também os crescentes desafios com a saúde corporativa. A OMS – Organização Mundial da Saúde já alertava sobre os possíveis impactos dos transtornos mentais (ansiedade, estresse, pânico e depressão) para a produtividade, sendo que esses transtornos estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. Desde o início da pandemia em 2020, percebemos piora, incluindo o fenômeno do Burnout. Todos os dias, penso empaticamente nos profissionais de saúde que estão na linha de frente, suportando níveis extremos de pressão.