Desde que adentrei o universo do Coaching profissional, ainda na primeira formação, ouvi falar do cuidado do espaço de Coaching com atenção especial. Conseguia me conectar profundamente com um cliente, mas precisava de ambiente tranquilo e (no meu entendimento de então) com boas energias. Quando atendendo em uma empresa, chegava sempre mais cedo para “preparar” a sala a minha maneira, porque sentia que isso fazia diferença na conversa que se sucederia.
Muitos anos se passaram. Continuo achando esses cuidados importantes, mas o que antes era somente uma intuição, foi ganhando fundamentos que trouxeram mais consciência e intenção à atuação profissional. Assim, hoje posso dizer que aqueles cuidados que me tomavam outrora, são parte de uma das competências essenciais do Coach profissional: Geração de contexto de confiança e aceitação. É descrita assim no modelo das sete competências da Associação Argentina de Coaching Ontológico Profissional (AACOP), sendo a única no que chamamos de Âmbito Interpessoal.
Intuitivamente, eu reconhecia, desde o primeiro atendimento, a importância desse cuidado e poderia ter seguido assim. Afinal, a escuta da intuição – ou do “algo mais”, como apresentamos na coluna de dezembro, é sempre bem-vinda. No entanto, em se tratando capacidades essenciais à facilitação de um processo de Coaching, um modelo claro de competências tem duas funções relevantes: apoia e norteia aqueles que desejam seguir uma trilha evolutiva como Coaches, e estabelece uma base comum sobre a qual se buscará incessantemente o estado da arte do Coaching Ontológico.