“Admiro as pessoas que brilham como as estrelas, mas aprendi a admirar, o brilho maior, muitas vezes invisível, dos produtores de estrelas”.
Luiz Carlos Campos
Com muito prazer aceitei o convite de escrever este artigo sobre as minhas práticas e vivências na liderança voluntária.
Não poderia começar sem mencionar o quanto aprendi com duas pessoas que marcaram a minha vida profissional e de voluntariado. A primeira foi o meu alicerce, minha querida mãe Maria, que o nome traz o pleno significado de duas palavras: humildade e coragem.
Minha mãe foi uma guerreira na vida e tinha uma pergunta que a impulsionava: “Por que não? “. Assim se revestia de coragem nos desafios que se apresentavam. Não foi uma nem duas vezes que ouvia esta pergunta da minha mãe, cada vez que solicitava um conselho diante de um convite que recebia na minha carreira ou nas ações de voluntariado.
Tem um fato interessante. Quando eu recebi a minha promoção para ser executiva principal de uma empresa que trabalhei, sendo a primeira líder mulher em âmbito nacional, recorri a minha mãe, para ouvir o seu conselho e ela prontamente me disse: “Por que não? Segue em frente.” Com o decorrer das minhas atividades e com a responsabilidade inerente ao cargo, minha mãe com o seu cuidado materno falando mais alto (creio que ela hesitou no conselho que me deu) disse: “Minha filha, você trabalha muito, isto é trabalho para homem.”
E, por incrível que pareça, a vida me reservou vários cargos de liderança onde ocuparia pela primeira vez uma mulher. Sou de uma geração feminina que sofreu o preconceito ao assumir um cargo que há anos e décadas eram ocupados pelo sexo masculino. E minha mãe entendendo esses meus desafios, foi se tranquilizando e vibrando com cada conquista.
E agradeço a força de meu marido e filhos que me deixaram ser, sem qualquer objeção ao meu trabalho.
A segunda pessoa foi o saudoso amigo Luiz Carlos Campos, ex-Presidente da ABRH - Associação de Recursos Humanos – Seccional Rio de Janeiro e depois Presidente da ABRH Brasil. Luiz Carlos era um mestre na liderança voluntária. A primeira lição era o que ele pregava com m uita simplicidade: “Gosto de gente que gosta de gente, gosto principalmente daquela gente que gosta de gostar de gente”. E também, “Admiro as pessoas que brilham como as estrelas, mas aprendi a admirar, o brilho maior, muitas vezes invisível dos produtores de estrelas”. Para o Luiz Carlos, essas eram prerrogativas básicas para se trabalhar com recursos humanos e em qualquer atividade voluntária.