No Brasil, cresce o debate acerca da atividade de Coaching profissional. Rigor ético, competência e efetividade são alguns dos pontos que vêm recebendo destaque em diferentes âmbitos. Nesse cenário, explicitar um modelo de competências balizadoras e reconhecidas na comunidade internacional de Coaching Ontológico vai muito além do estímulo à evolução com vistas à excelência da prática. Ao fazê-lo, contribuímos para que o Coaching Ontológico, com suas especificidades, seja percebido com mais clareza pelo mercado. E, sobretudo, colaboramos com o sistema formado por todas as demais escolas para que juntos possamos caminhar rumo ao crescimento sustentável da profissão como um todo. Quando se fala do Coaching, alude-se à atividade como um todo; por isso, é do desenvolvimento saudável desse sistema que todos nós, Coaches genuinamente a serviço da realização humana, devemos cuidar.
Assim, retornando à disciplina específica que escolhemos, o que se espera de um Coach Ontológico? Que viva, em todos os âmbitos da vida, como observador de si, aprendendo e transformando-se em cada passo de sua jornada para constituir-se como melhor oferta não só no espaço profissional, mas também naquele que ocupa no Mundo. Em outras palavras, que seja coerente com as bases da disciplina que escolheu para sustentar a sua prática.
E essa é uma condição que vem sendo elencada com mais ênfase pelas instituições formadoras ou credenciadoras dos distintos países. Quem está a serviço do desenvolvimento do outro não pode fazê-lo que não pelo lugar de ser humano que se renova e, olhando corajosamente para si, transforma-se também.
Portanto, refiro-me ao modelo das sete competências da Associação Argentina de Coaching Ontológico Profissional (AACOP) mencionado nesta coluna, na edição anterior, para abordar aquela que considero uma competência-chave para desenvolvimento de todas as outras: a Coerência Ontológica. Não por acaso, esta é a primeira competência e única do âmbito intrapessoal. Base da construção do profissional, transcende a técnica, a escola de formação, o tempo de experiência e estudo. É o espaço em que o Coach se compromete com sua própria transformação através da abertura a um contínuo processo de aprendizagem ontológica, reconhecendo e ampliando sua capacidade de observar-se em seu vir a ser.