Após os 35 anos de idade, já tendo tido anos de experiência em sua vida profissional com grande sucesso em diversos cargos gerenciais e diretivos, seguindo os padrões e modelos de liderança e a visão que aprendeu de outros, você começa a perceber que as regras que você tem seguido até hoje são formatos que não preenchem 100% da voz que você quer representar.
Você reconhece em você mesmo um padrão mais sensível, empático, colaborativo e está convencido, talvez em silêncio, de que a alegria e a autenticidade alcançam mais e melhores resultados. Inclusive, você já comprovou isso em si mesmo e com o seu time, mas mesmo assim, você não se atreve a fazê-lo de forma pública. Isso fez você questionar se as formas corporativas tradicionais ainda fazem sentido para você, e se a forma de poder e política com a qual você vem trabalhando sempre não é mais sua, e possivelmente onde você está agora já não é mais a “sua casa”, mesmo que, até agora, você a tenha cuidado como se fosse sua.
Quando conheci Bob Dunham em 2008, esta era a minha história. A mesma história de muitos dos CEOs, VPs, diretores e profissionais que chegam às minhas mãos hoje como coach e consultora executiva, e CEO do Instituto de Liderança Generativa para a América Latina.
Minhas inquietações quando o conheci estavam focadas em três pontos:
1. Os líderes devem ser responsáveis, além dos resultados, pelo crescimento de todas as pessoas que estão em suas organizações, são responsáveis pela vida dessas pessoas;
2. As organizações nas quais trabalhei, em 80% das vezes, buscavam consultores fora do país para nos orientar em decisões importantes de liderança, mesmo que não conheciam nossos países, cultura e formas de sentir e expressar emoções;
3. Eu seguia me perguntando se era eu que estava equivocada ou se o mundo empresarial não era mais para mim.
Neste momento, minha visão não estava 100% clara, e como eu disse antes, eu seguia me perguntando se precisava continuar no modelo de negócios tradicional, então talvez precisasse me preparar ou estudar mais. Sentia que algo me faltava, ao custo de sentir que havia um chamado maior que eu não estava seguindo, e que a cada dia me fazia sentir mais impostora no lugar em que eu estava. Sentia que estava ficando cada dia mais apagada, e ficava somente na inércia de seguir sendo uma executiva de sucesso, fazendo o que havia aprendido de olhos fechados, para não perder o que eu já tinha feito, e que me proporcionava reconhecimento, ainda que não me desse vida.