A pandemia deixou claro como nossos símbolos de valor são frágeis, temos visto tudo desabando rapidamente, mas esse tipo de instabilidade tornou-se parte da nossa rotina. O mundo VUCA foi superado, a discussão é de um mundo BANI, percebido como Frágil (Brittle), Ansioso (Anxious), Não-linear (Nonlinear) e Incompreensível (Incomprehensible). Tentar controlar, interpretar ou evitar a instabilidade não é mais possível. O grande diferencial de um profissional é saber reagir àquilo que se apresenta.
Podemos pensar em exemplos de empresas que tiveram bons resultados durante a pandemia, usando as oportunidades para crescimentos bastante significativos. Esses exemplos se aplicam também aos indivíduos a frente dessas empresas, Jeff Bezos e Amazon são um bom exemplo. Mas seria enganoso acreditar que isso é o padrão, e talvez seja enganoso acreditar que existe o mundo, ou o sistema em que estamos, possibilita o de crescimento contínuo, ou que todo o esforço é valorizado e que todos tem acesso as mesmas oportunidades. A realidade é que exemplos desse tipo de grande empresa são exceções, ao contrário do que gostaríamos de pensar. Não quero dizer que não devemos procurá-lo, mas ele não pode ser o único objeto de nossa atenção. Nosso único foco, nosso único propósito.
São tempos turbulentos de fato, ou só o contexto atual trouxe à tona o quão frágil é nossa condição humana? Conseguimos atribuir todos as dificuldades à pandemia, ou nosso mundo se tornou turbulento a ponto de não percebermos mais possibilidades de equilíbrio? Proponho levar adiante o desafio proposto, diria que o grande diferencial competitivo é manter-se são nesse mundo.
“Ao longo dos anos, ouvindo pessoas de todas as esferas da vida falarem sobre o estresse que experienciam quando enfrentam o sofrimento de outras pessoas, aprendi muito sobre os desafios de ser professor, enfermeira, médico, advogado, mãe, ativista, político, ambientalista, assistente humanitário e CEO – todos que enfrentam dificuldades e sofrimentos de outras pessoas diariamente.” Standing at the Edge, Joan Halifax
As pesquisas sobre neuroplasticidade sugerem que circuitos cerebrais podem ser reforçados ou eliminados através da repetição ou falta de estímulos, possibilitando a transformação da mente, ao reorganizar funcionalmente o cérebro como resposta a estímulos internos e externos. Em 2000 o encontro do Mind And Life Institute discutiu as “Emoções Destrutivas”. Um dos resultados dessa discussão foi a criação do programa Cultivating Emotional Balance (CEB), foi desenvolvido por Paul Ekman – psicólogo que por décadas dedicou-se ao estudo das emoções – e Alan Wallace – físico e estudioso das tradições meditativa. Partindo da neuroplasticidade, a intenção principal do CEB é oferecer recursos para cultivar níveis cada vez maiores de bem-estar emocional.