...um sistema inteligente que ofusca as competências e sua potência como Coach numa sessão de Coaching
Vimos no artigo anterior o quanto o sistema imune pode nos pegar desprevenidos e impedir a agilidade emocional que precisamos ter na nossa carreira para impulsionar cada vez mais nossa visibilidade e marca pessoal como coaches.
Neste artigo pretendo colocar uma lente ampliada sobre como este sistema imune à mudança continua nos pegando desprevenidos quando estamos entregando/perfomando em nossas sessões de coaching.
O que realmente acontece numa sessão de coaching quando temos a nítida impressão de que a conversa não flui ou mesmo, quando finalizamos a sessão com alguns incômodos que nos levam a presumir que não entregamos algo à altura do cliente ou até mesmo, quando finalizamos a sessão e nosso cliente termina a sessão dizendo que ficou muito satisfeito, no entanto, ao escutar a sessão novamente através de um processo de mentoria e após receber o feedback do seu mentor, você chega à conclusão que poderia na verdade, ter sido muito mais efetivo na sua performance como coach.
Este artigo é um convite para você embarcar comigo nestas importantes questões que permeiam os bastidores do cenário intrapessoal e interpessoal de um coach ao realizar uma sessão de coaching e quem saiba, ao final dele, sair com algumas elucidações que te auxiliem nas suas entregas como coach.
Começo esta jornada de reflexão trazendo um pouco da minha trajetória e bagagem diante desta desafiadora missão de ser coach e mentora, no ‘chapéu’ de coach, me dando conta de que, em muitos momentos minhas sessões ficaram empacadas em algum ponto, situações dentro da sessão que me chamavam atenção, pois, muitas vezes repetiam-se com diferentes clientes, no ‘chapéu’ de mentora, aprendendo cada vez mais escutar cirurgicamente os pontos nevrálgicos de um coach, revelados no desenrolar desta dança relacional. É importante destacar que nesta dança entre um coach e um coachee, muitos aspectos comportamentais do coach são recorrentes e inconscientes, impedem o mesmo muitas vezes de chegar à maestria e ao domínio pleno da prática de competências que são essenciais estarem presentes, neste contexto.
Me percebo uma coach responsável e consciente do meu papel, investir no meu autodesenvolvimento sempre foi e é imprescindível na minha visão a fim de aparar minhas arestas, com o propósito de, ao me conectar com meus clientes, estivesse eu, mais consciente das mesmas, atenta a ‘dançar a música’ do cliente e não a minha preferida, aquela que quando nós vemos estamos de novo tocando, quase que automaticamente e impulsivamente, ou aqui neste contexto, muitas vezes, inconscientemente.
Cada vez mais constato que, este caminho é um processo de muitas camadas de desenvolvimento que se revelam à nossa frente na medida que vamos nos encorajando em clarear e desenvolvê-las por ainda não estarem com holofote suficiente para percebermos o quanto podem nos impedir de acessar plenamente nossa potência como Coach.
Ao me referir aqui às camadas internas, me conecto ao que Pam McLean, Ph.D. cita em seu livro Handbook of Coaching - ‘O ‘‘self de um coach é um conceito desafiador e às vezes elusivo em algum lugar entre a realidade e a possibilidade. Ele abrange quem somos, quem queremos ser e quem precisamos ser para ter verdadeiro valor para nossos clientes. Requer que estejamos totalmente cientes de nossos pontos fortes, fracos e tendências. Exige que invoquemos nossos talentos, enfrentemos desafios em constante mudança e nos corrijamos constantemente.’’ Entendo que para acessar quem realmente somos, temos que ter coragem em desvendar nossas camadas internas, quanto mais acessamos, mais potentes ficamos para estar apto em facilitar, igualmente, o acesso de nossos coachees às suas próprias camadas internas.