“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
Carl Jung
Costuma-se pensar nos meios organizacionais, que cada vez que utiliza-se uma determinada palavra ou expressão no cotidiano do trabalho, que a mesma imediatamente será compreendida, ou seja, terá o mesmo significado, fará sentido, para todos aqueles que compartilham da mesma cultura, idioma e fazem parte da mesma comunidade biolinguística.
Infelizmente nem sempre é assim. Os constantes desentendimentos, a competição que pressupõe o fracasso do outro, as desqualificações verbais, a dominação que subjuga, o não reconhecimento e os jogos de poder muitas vezes nos mostram um mundo árido de convivência e de compartilhamento de sentido.
Portanto, antes de falarmos dos benefícios de uma Cultura de Coaching, gostaríamos de fazer a distinção do que falamos quando falamos sobre cultura. Certamente existem inúmeras definições para essa palavra e, por isso, dizer a partir de onde dizemos o que dizemos fará toda a diferença para a construção de um território comunicativo comum entre nós que escrevemos e vocês que nos lêem.
Partiremos de Humberto Maturana, que afirma que uma cultura é uma “rede fechada de conversações”. E o que isso significa? Significa que em cada espaço que convivemos – familiar, organizacional, educacional, social – fluímos em um tipo de conversação que gera determinadas emocionalidades. Podemos exemplificar: você com certeza identificará facilmente o tipo de conversação e as emocionalidades presentes em um encontro de velhos amigos em um happy hour, não é? Esse tipo de conversação e as emocionalidades são as mesmas presentes na reunião mensal da equipe da sua empresa? Ou as mesmas presentes no domingo no parque com a família? Apesar de não nos darmos conta, vivemos redes de conversações distintas que geram “emocionares” distintos e é exatamente isso que chamaremos de cultura.