“Não há acesso imediato à bondade sem consciência”
Sharon Salzburg (1)
A palavra "vulnerabilidade" vem da palavra latina "ferir". Qualquer vida humana contém tanto suas alegrias quanto suas tristezas, porque somos humanos. Abraçar nossas próprias vulnerabilidades - e trabalhar com as de nossos clientes - é um convite para, gentilmente, criarmos laços e trabalharmos com pontos muitas vezes desconfortáveis, sensíveis e delicados de nós mesmos, que estão aqui porque fazem parte da nossa condição humana. Estas questões costumam ser íntimas e raramente vistas por trás de nossas máscaras e das armaduras que escondemos atrás de quem pensamos ser. Nossa maior contribuição enquanto coaches é como podemos trazer consciência e bondade no trabalho com nossas vulnerabilidades e com as de nossos clientes.
A vulnerabilidade não é uma fraqueza inconveniente, é nosso estado natural e nossa faculdade inata para entendermos a nós mesmos e enterdermos o nosso mundo. Se optarmos por nos fechar e nos afastar de nossas próprias vulnerabilidades, também nos impediremos de ter conversas essenciais, tanto com nós mesmos, tanto com nossos clientes. Nós – enquanto coaches em nosso trabalho - podemos tentar conter o desconforto, mas, ao fazê-lo, também corremos o risco de nos afastar da compaixão, conexão e sabedoria - o berço de nossa criatividade, resiliência e desenvoltura para com nossos clientes.
Ser vulnerável é frequentemente visto como contracultura, mas, em nosso trabalho, descobrimos que abraçar a vulnerabilidade com doses generosas de compaixão por si mesmo e pelos outros é “o prelúdio de uma prática corajosa, criativa e compassiva”. A vulnerabilidade é a porta de entrada para o aprendizado. A vulnerabilidade sem auto-compaixão nos deixa despreparados, expostos, assustados e presos. A autocompaixão sem vulnerabilidade nos deixa complacentes e cegos.
A intuição da vulnerabilidade sinaliza que algo necessita atenção, e está à margem do aprendizado e desenvolvimento do aqui e agora. Mas a vulnerabilidade exige deixar de lado o que pensávamos saber e adentrar o não saber. Isso requer uma mudança de paradigma consciente. Enquanto profissionais, entendemos que não precisamos nos apressar para estar 'certos', 'salvar' ou 'consertar as coisas', mas focar nossa atenção e intenção em estarmos corajosamente presentes, gentis e humanos quando nos deparamos com as vulnerabilidades de nossos clientes. Isso está lindamente ilustrado neste trecho do Karyn's Journal: