A história da terapia corporal é bem ampla, assim como inúmeras são as abordagens que surgiram, ao longo do tempo, com a intenção de investigar e trabalhar o corpo. Não há intenção de fazer esse resgate histórico, mas apresentar conceitos e perspectivas que servem como base para uma reflexão de como o corpo é um território de encontro com a nossa essência.
Alguns já disseram que o corpo não mente. Mais que isso, ele conta muitas histórias e em cada uma delas há um sentido a descobrir. A dimensão do corpo e os conteúdos expressados por ele são de extrema riqueza àqueles que sabem interpretar a fala do corpo e ao indivíduo que experiência entrar em contato com suas emoções, através do trabalho corporal em um setting terapêutico.
O corpo é o inconsciente visível, afirmava Wilhelm Reich. É o primeiro lugar onde experimentamos tudo. Durante nossa gestação no ventre materno, nosso corpo entra em contato com o sagrado, com a vida. Ao nascermos entramos em contato com o mundo e tudo o que experienciamos é através do nosso corpo. Na língua hebraica, todas as partes do corpo humano são encaradas de uma maneira abstrata, dotadas de atributos psíquicos e espirituais. Cada parte leva em si mesma uma consciência do verdadeiro Eu e de sua unidade.
No desenvolvimento evolutivo do ser humano Abrahan H. Maslow evidenciou a importância do autoconhecimento; desta forma é que emergem valores positivos, inerentes ao indivíduo, os quais o possibilitam tornar-se o melhor de si mesmo. Na medida em que se promove o autoconhecimento contemplando os diferentes estados ou níveis de consciência do Ser, se oportuniza a emergência de valores construtivos e, desta forma surgem seres melhores e uma melhor sociedade.