Segundo George Feuerstein (1998) o desejo, a aspiração por transcender a si mesmo e ir além da consciência comum, de encontrar um lugar interior que supere a própria dimensão da individualidade é algo tão antigo quanto a própria humanidade. Ao longo da nossa história em diversas civilizações, foram encontrados registros dessa aspiração humana nas pinturas rupestres, túmulos paleolíticos, nos ritos Xamânicos, nas tradições Indo-Saravasti, na Suméria, no Egito, na China e na civilização da Índia, através do Yoga. Esse algo maior foi definido com muitos nomes: Deus, o Ser Supremo, o Absoluto, o Eterno entre outros.
Atualmente, o Yoga é reconhecido como tradição milenar da saúde e bem-estar e que facilita a conexão interior, a ampliação da consciência no sentido de trazer mais calma, paz, centramento e mais resiliência para enfrentar as vicissitudes da existência humana. Ele, o Yoga, ilumina a vida do praticante assíduo não só através das posturas físicas (ásanas), mas principalmente através da meditação que é o objetivo primeiro e o último do Yoga, encontrar no samadhi, êxtase de felicidade e expansão interior.
Na Cultura ocidental é comum encontrar uma separação, onde as práticas físicas do Yoga são mais populares do que esse propósito último: o encontro com o divino interior, através da meditação. Percebe-se que a importância da meditação está gradualmente sendo desvendada no mundo ocidental a partir das descobertas recentes da neurociência entre outras disciplinas, porém essa sabedoria milenar do Yoga já conhecia seus benefícios há mais de 5000 anos.
A Transcendência na Abordagem Transpessoal
Segundo Vera Saldanha, a Transcendência, na Psicologia Transpessoal se manifesta como aspecto do melhor do desenvolvimento humano. A autora aborda esse aspecto trazido pelo principal fundador da Psicologia Transpessoal, Abraham Harold Maslow, como algo natural da constituição humana.
As pesquisas de Maslow saíram da doença e patologia psíquica e tomaram como objeto de estudo a felicidade, em outras palavras, o que faz o ser humano ter uma intensa experiência de felicidade, as chamadas experiências culminantes, experiências de êxtase. O Samadhi na Yoga é um dos exemplos de experiências culminantes. Na resposta à essas pesquisas, todos que viveram algum tipo de êxtase de felicidade máxima, atribuíram a razão a algo maior, ao sagrado, divino interior.