Neste artigo chamamos a atenção para um viés de finanças comportamentais muito comum e sempre presente em nosso dia a dia: a contabilidade mental. Mas antes de entender como a contabilidade mental funciona, precisamos lembrar que estudos recentes, como do economista norte-americano que recebeu o prêmio Nobel de Economia em 2017 – Richard Thaler – mostram que tomadas de decisões financeiras não são tão simples, muito menos totalmente racionais. Ou seja, não são totalmente baseadas em dados disponíveis e objetividade, mas sim influenciadas por emoções e questões subjetivas.
O fato de não sermos racionais nas tomadas de decisões financeiras nos leva a fazer escolhas desprovidas de lógica, raciocínio e reflexão. Ao ler desta forma parece improvável e até mesmo inaceitável que tomemos decisões sem lógica. Mas é exatamente assim que agimos na maior parte do tempo, usando principalmente a contabilidade mental para desviar ainda mais a racionalidade no uso de recursos financeiros.
A contabilidade mental pode te enganar quando você decide fazer um financiamento imobiliário, se planejar para uma viagem, reservar o décimo terceiro para pagar as contas de início do ano ou até mesmo fazer uma reserva mensal para sua aposentadoria. É através dela que muitos indivíduos se endividam sem necessidade, pagam caro por um bem e até mesmo investem mal.