Trabalhei por muitos anos com projetos de tecnologia da informação e consequentemente com suas mudanças. Neste período presenciei os microcomputadores fazerem parte da vida organizacional, a substituição de memorandos em papel por emails, downsing, rightsizing, centralização de atividades, descentralização de atividades, reengenharia de processos, fusões e aquisições, redução de níveis da estrutura hierárquica, a entrada da Internet, , comércio eletrônico. Enfim, muita coisa!
Não vai parar por aqui, estão chegando a inteligência das coisas, a inteligência artificial, os sistemas neurais, robotização, muitas atividades simples e rotineiras serão substituídas pelo avanço da tecnologia. Existe uma expressão em inglês denominada VUCA, vulnerável, incerto (uncertain), complexo e ambíguo, assim é a realidade onde as empresas estão inseridas, precisando responder às necessidades dos clientes ou consumidores e aos desafios do ambiente econômico-social.
Pode-se dizer que é muito pouco provável que as organizações realizem seus objetivos de negócio sem gerar mudanças comportamentais ou culturais, ou seja, alteração na forma das pessoas atuarem. Neste ambiente turbulento acontecem tensões, discórdias e conflitos, em diversas escalas de interação e consequências.
Ichak Adizes diz que para gerenciar uma organização é necessário decidir e implementar, e para obter um critério de qualidade durante o processo decisório é preciso uma equipe com perfis complementares e com interesses comuns na decisão. Ele afirma que os conflitos são intrínsecos ao próprio âmbito gerencial, sendo necessários e indispensáveis, segundo ele “só não há conflito quando não se tomam novas decisões, ou quando não é preciso implementá-las... o que só ocorre na morte”.
Celine Villax e Vittal S. Anantatmula reforçam que os conflitos são parte integrante dos projetos, pois geralmente estão associados à complexidade, às incógnitas, às mudanças nos requisitos, membros da equipe vindos de diferentes disciplinas, localizados em diferentes regiões geográficas, prazos e orçamentos agressivos. Devem ser gerenciados de forma construtiva, para que as equipes possam se desenvolver e progredir ao longo da vida útil de um projeto. Na verdade, baixos níveis de conflito às vezes podem até ser prejudiciais ao sucesso do projeto. As equipes de projeto que não são estimuladas por debates, discussões e diferenças saudáveis rapidamente caem em inércia, o que pode levar ao fracasso do projeto.