Estamos em outubro e já sentimos que o Natal está logo aí. Conversamos com os amigos e todo mundo está na correria, sem tempo para nada. Uma urgência constante consome a todos, independente do contexto.
No trabalho, a sensação de prazos apertados sufoca diariamente. A necessidade de ser multitarefa, responder aos e-mails durante reuniões indispensáveis, enquanto vemos notificações se acumulando na tela do celular, traz a sensação da importância de se estar sempre ocupado. Para valer mais, é preciso produzir mais. Alcançou a meta? Dobre a meta! E, para aumentar a meta, a demanda de horas trabalhadas também dobra (ou triplica). Para cumprir tantas metas e tarefas urgentes, não se pode escapar da pressa. E as 24 horas do dia se transformam em 12, 14, 16 horas trabalhadas. Sobra pouco tempo para a vida pessoal.
Na “vida pessoal”, que é separada do trabalho, como se tivesse menor importância, o ritmo não diminui. Existe pouco tempo disponível para ajudar na lição de casa dos filhos, discutir a relação conjugal, comprar alimentos saudáveis, praticar exercícios físicos e ainda acompanhar a série de sucesso na TV (para garantir assunto na conversa com os amigos – apenas pelas redes sociais, porque é impossível achar tempo para encontros pessoais na agenda lotada). O resultado é bem semelhante ao que acontece no trabalho: multitarefa e pressa.
Eu ouso imaginar que não sobre muito tempo nem para a leitura tranquila deste artigo. Estamos na época de comunicação rápida, através de posts curtos, imagens, emojis e gifs substituindo frases e mensagens de áudio (curtas, porque ninguém tem tempo para áudios de 5 minutos). A leitura foi trocada pelos podcasts de resumos de livros, afinal, você economiza tempo e pode “ler” enquanto faz outra coisa. Pressa e multitarefa, em mais uma área da vida.