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Edição #77 - Outubro 2019

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Comunicação e Marketing de negócios autorais: da era dos imperativos à era das interrogações

Percebo que o marketing hoje faz parte da vida de dois tipos de profissionais: o primeiro que decidiu estudar e trabalhar diretamente nessa área, seja como freelancer, seja como colaborador de uma empresa; e o segundo, empreendedor, que pouco conhece disso e costuma perceber o marketing como um mal necessário. Nesse segundo caso, estamos nós, coaches, e também todos os profissionais que atuam autonomamente e dirigem seus próprios negócios, que hoje são muitos: profissionais da área da saúde (como psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, personal trainers...), da educação (como professores, facilitadores de grupo, designers de aprendizagem, mentores...), da gastronomia, do entretenimento, moda e beleza, para citar alguns exemplos. Fato é que sempre existiram profissionais autônomos, mas desde o boom do Marketing Digital, a visibilidade deles aumentou e também a proliferação de novos profissionais que viram nesse canal (a) uma alternativa ao desemprego, a um mercado de trabalho tóxico e mal remunerado ou (b) via para fazer a sonhada transição de carreira e trabalhar com algo com mais sentido do que o chamado mundo corporativo.

Há uma série de fatores econômicos, sociais, tecnológicos e emocionais que contribuíram para o “êxodo” de profissionais das empresas para o empreendedorismo. Dentre eles, incluiria a rápida difusão da ferramenta do Marketing Digital. Sem dúvida, ela acelerou a chegada do futuro do trabalho para o presente para muitos profissionais, promovendo a transição da jornada de trabalho fixa de 6-9h/dia para um trabalho contínuo sem tempo determinado; a descentralização do local de trabalho, que deixa de ser apenas um, fixo, com equipamentos da empresa e passa a ser em qualquer lugar, de qualquer dispositivo com acesso à internet; a autorresponsabilização do profissional por seu plano de carreira, já que o empreendedor deixa de esperar pela decisão do empregador e passa a criar sua própria escada; até a mudança da característica do empregador, que deixa de ser apenas um e passa a ser vários.

Mas como, mais especificamente, o Marketing Digital influenciou a migração de profissionais com carteira assinada, estabilidade e ilusão de segurança para o mundo do empreendedorismo, incerto, volátil e complexo? Primeiro, o aumento de oportunidade de testar estratégias de preço, praça, produto e promoção (os 4Ps do marketing tradicional) e a visibilidade do público (que não está mais em outro bairro, cidade ou país, e sim na mesma rede e acessível 24h/dia à distância de um toque – nas redes sociais). Se nos anos 1990, a internet tinha menos de 150 sites no ar, no final dos anos 2000 esse número já batia quase 20 milhões! As tecnologias se sofisticaram e hoje as estratégias de marketing são cada vez menos focadas em anúncios de ofertas e cada vez mais focadas em pessoas, comportamentos de consumo e causas – haja vista o surgimento do termo influenciador/a digital. Segundo, não há como negar que muitos aproveitaram a oportunidade para ativar o fator emocional das pessoas: com a (falsa) promessa de facilidade de que qualquer pessoa poderia viralizar, impactar (ou “ajudar”) milhares de pessoas, realizar o sonho de viver do que se ama, trabalhar de pijama ou da praia, ter flexibilidade de tempo e espaço (afinal, é “tudo” feito on-line, no digital). Pior, com a promessa de que há um método de Marketing Digital eficaz para que qualquer pessoa de qualquer profissão consiga alcançar resultados rápidos em pouquíssimo tempo. E, caso não alcance, é por incompetência, autossabotagem ou falta de esforço da própria pessoa.

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