Na prática nutricional a anamnese, a mais completa possível, a elaboração de um plano individualizado e a adesão do paciente ao plano proposto, são grandes desafios.
As Dinâmicas Humanas (DH) despertam e contribuem com o nutricionista no desenvolvimento da capacidade de observar e analisar os pacientes, procurando mapear suas necessidades fundamentais para o sucesso do tratamento a partir dos respectivos jeitos de ser e de funcionar de cada um.
O início deste atendimento é a conversa de anamnese onde as respostas da pergunta “qual o motivo em procurar uma consulta nutricional?” são semelhantes em conceito de melhora da saúde, mas diferentes na forma que nos são apresentadas e comunicadas.
Algumas pessoas respondem “quero perder peso, mas somente na barriga”, isto é, com um objetivo específico e bem definido. Há também a clássica resposta, “quero melhorar minha saúde”, e é de forma tão ampla que, algumas vezes, até questões financeiras entram na conversa. Quando surge a resposta “estou aqui pois lá em casa estamos todos com sobre peso”, fica clara uma visão de grupo, onde questões familiares e emocionais, são importantes para quaisquer abordagens. A resposta “meu exame laboratorial está ruim e por isto estou aqui” coloca, imediatamente, um conjunto de critérios para acompanhar seu desenvolvimento e a adequação da abordagem nutricional. Partindo destas respostas, podemos avaliar como será a etapa de colher as informações para suportar a elaboração das abordagens nutricionais.
Durante a recuperação dos hábitos alimentares e as rotinas diárias, a forma que os pacientes apresentam estas memórias variam de um grupo para outro.
Um grupo lembra, nos mínimos detalhes, o que consumiu nos dias anteriores e em que situação emocional estavam envolvidos, trazendo riqueza dos detalhes que quase chegamos a sentir o aroma da refeição e montar, na memória, o ambiente em que estava e com quem estava. Neste caso, o controle do tempo é importante para obtermos os detalhes necessários para a elaboração do plano alimentar, mas com muito cuidado para que a interrupção seja feita de forma a nunca comprometer o instante de emoção que permeia o ambiente. São necessárias umas “paradinhas” para respirar. Conversam muito e sempre voltam a completar uma frase com “lá em casa fazemos assim ou assado”, e por muitas vezes a pergunta é retomada desde o início. O tempo aqui é precioso, pois corre-se o risco de após a consulta haver muitas perguntas sem respostas.