O caminho que conduz cada indivíduo à sua essência é também o caminho que leva cada ser humano a encontrar-se com o seu propósito e com a essência que nos caracteriza como humanidade.
Desde 1995, quando André Leite Alckmin trouxe as dinâmicas humanas - DH para o Brasil, este conhecimento atingiu centenas de pessoas de maneira mais profunda e outras dezenas de milhares participaram de seminários de curta duração. Mesmo nestas condições, a experiência mostrou o enorme valor das DH para as relações interpessoais e seu impacto no exercício da liderança e na cultura organizacional.
Diversidade e polarização
Nestes tempos em que, por um lado, a globalização e o aumento da liberdade de expressão colocou a diversidade em seus múltiplos aspectos em lugar de destaque nas interações humanas, por outro lado assistimos a um fenômeno de polarização e intolerância jamais visto com tal abrangência e intensidade.
O espantoso avanço da tecnologia, que ampliou exponencialmente os meios e as possibilidades de comunicação, não foi acompanhado da necessária capacidade de entendimento entre as pessoas para compartilhar suas semelhanças e diferenças. Em seu instigante livro “Ami, o menino das estrelas”, Enrique Barrios afirma que "uma civilização cuja capacidade tecnológica é maior do que sua capacidade de amar está condenada à autodestruição.
Se pudermos levar a sério esta afirmação, é fundamental e urgentíssimo utilizarmos todos os meios que mostrem ser exatamente esta diversidade a oportunidade histórica de promover a riqueza de uma cultura de paz e prosperidade e de formar líderes que tenham a diversidade como valor.
Regenerando a teia relacional
Iniciativas como a psicologia positiva, investigação apreciativa (ver dossiê sobre Investigação Apreciativa na edição 68, de janeiro de 2019), comunicação não violenta, (ver dossiê sobre CNV na edição 61, de junho de 2018), solução positiva de conflitos, entre inúmeros recursos hoje disponíveis para regeneração da rede de relacionamentos, têm contribuído para conciliar diferenças. Disse um amigo diante do confronto entre diferentes posições políticas: "será que não podemos discordar fraternalmente?".
É neste cenário que constatamos o poder das DH. Quando saímos do foco nos comportamentos, facilmente passíveis de variações e julgamentos, para focar em como funcionamos ou qual é o nosso modo de processamento, vislumbramos a possibilidade de redirecionar nosso olhar para algo que é, como é a lei da gravidade e como são as leis da natureza em geral. Indo além disso, se aceitamos que cada ser humano “tem o dom de ser capaz e ser feliz”, como Almir Sater e Renato Teixeira retratam em sua inspirada canção “Tocando em Frente”, podemos ampliar o nosso olhar para as qualidades e talentos trazidos na "bagagem" genética de cada pessoa, tantas vezes sufocados pela intolerância, repressão e ignorância de consciências ainda em estado incipiente de desenvolvimento.