No contexto sócio-educacional do século XXI, seja na esfera da educação formal, seja em outras modalidades de ensino, como na educação corporativa, a principal demanda aos indivíduos é o desenvolvimento de competências e habilidades relacionais, as chamadas soft skills. Essas habilidades permeiam diversos eixos temáticos: comunicação; empatia; criatividade para resolver problemas; flexibilidade; liderança; equilíbrio emocional; entre outras. Entretanto, uma competência que ganha cada vez mais força nessa demanda é a capacidade de cocriação. Se observarmos de perto, a cocriação é o grande pano de fundo das outras competências citadas, uma vez que elas sempre estão em relação ao contexto, ou seja, na interdependência com as pessoas.
Essa demanda refere-se ao processo de criação com e entre pessoas a partir do trabalho colaborativo, de processos, produtos e resultados que respondam aos problemas impostos pela realidade de forma cada vez mais eficiente e eficaz, por meio de uma capacidade de interação que deixe em segundo plano a autoria do indivíduo e justamente valorize o “entre” e o alcance do resultado comum.
O trabalho em grupos e a inteligência coletiva são uma das fortes tendências que estão e permanecerão pautando os processos de aprendizagem e desenvolvimento no século XXI. Cada vez mais os processos de desenvolvimento coletivo serão mais valorizados que os individuais, e este fenômeno provavelmente será o grande “quiebre” (Segundo Echeverria – 2003 -, um quiebre “é uma interrupção no fluir transparente da vida”. Trata-se de um juízo de que o que ocorreu não era o que se esperava que ocorresse. Ao declararmos um quiebre, nos abre várias possibilidades de ações para geri-lo.) deste período, em que profissionais que manejam grupos terão um vasto território para intervir intencionalmente, sejam eles facilitadores, coaches, mediadores, aplicadores de métodos prontos, professores/educadores ou gestores.