Meu primeiro contato com o conceito de supervisão foi ainda na faculdade quando discutimos alguns artigos sobre a prática reflexiva na formação do professor. Naquela altura eu não identifiquei o potencial transformador que a reflexão sistemática e apoiada por um olhar externo pode ter em nossa atuação profissional e em nosso desenvolvimento pessoal.
Ao atuar com pessoas diariamente estamos nos expondo às diferentes culturas e modos de pensar e agir, dessa maneira é provável que não iremos acertar sempre em nossas intervenções. Em profissões nas quais o relacionamento profissional-cliente (profissional-paciente no caso da saúde) é chave para o sucesso, torna-se essencial, quase obrigatório que o profissional se disponibilize para a aprendizagem contínua sobre sua prática.
Michael Carrol (2007) produziu um belíssimo artigo fazendo uma análise sobre o que é supervisão. Irei trazer alguns dos pontos da sua reflexão e convidar o leitor para o contraponto na saúde, tanto na atuação como especialista (médico, enfermeira, nutricionista, fisioterapeuta, educador físico, et.) quanto na atuação como coach em saúde e bem-estar.
Carrol contextualiza quatro estágios históricos da supervisão. Na época de Freud já havia alguma evidência de que pequenos grupos se reuniam para discutir e rever os casos uns dos outros. Na década de 50 surge um tipo de supervisão como consequência das novas abordagens em psicoterapia (adicionais a abordagem tradicional psicodinâmica), essa supervisão estava vinculada à abordagem teórica da intervenção (counseling-bound / psychotherapy-bound).