De acordo com o último relatório da VIGITEL2017 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) as DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis) serão responsáveis por 68% de um total de 38 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2012. No Brasil esse cenário não é diferente. Em 2011 as DCNT foram responsáveis por 68,3% do total de mortes, tendo em destaque doenças cardiovasculares (30,4%), neoplasias (16,4%), doenças respiratórias (6,0%) e diabetes (6,3%).
Estudos mostram que as raízes das doenças estão em comportamentos como o tabagismo, a inatividade física, sendo que essa última mata ainda mais do que o tabaco, estresse, má alimentação e sono (Mokdad et al, 2004). Portanto, podemos explicar a maioria das doenças com comportamentos simples ligados aos hábitos de estilo de vida, e, dessa forma, a melhor maneira de combater doenças é através da mudança de comportamento.
Um dos desafios mais importantes da saúde contemporânea é a prevalência mundial de sobrepeso e obesidade. Nos Estados Unidos os problemas de saúde associados à obesidade são a principal causa de mortalidade, perdendo apenas para problemas associados ao tabagismo. No Brasil a situação não é muito diferente, onde mais da metade da população está com sobrepeso.
A necessidade de perder peso é bem compreendida, no entanto, o processo é difícil e uma estimativa revela que menos de 1 em 100 pessoas são bem sucedidas em conseguir manter a perda de peso. Ironicamente, Fields e colaboradores demostraram (2003), em quase 17.000 crianças com idades entre 9-14 anos, que “fazer” dieta restritiva foi um preditor significativo de ganho de peso. Os autores concluíram que "... a longo prazo, fazer dieta para controlar o peso não é eficaz, pode realmente promover o ganho de peso." Além disso, Mann e colaboradores (2007) em seu artigo “Diets are not the answer” (dietas não são a resposta) avaliaram 31 estudos sobre os resultados a longo prazo das dietas de restrição de calorias e concluíram que essas dietas são um preditor consistente de ganho de peso. Eles observaram que até dois terços das pessoas recuperou mais peso do que havia perdido.