Introdução
Estamos numa reunião de Action Learning (AL) de líderes de uma mesma diretoria. A gerente de uma área especialista traz um problema que estava “tirando seu sono”: como conseguir realizar as entregas previstas dentro do prazo, com uma equipe reduzida em número e em competências necessárias para o sucesso.
A sessão começa e seu problema parece insolúvel. Fica evidente sua tensão a cada resposta dada às perguntas que não param de chegar. Até que, a certa altura da reunião, um participante faz uma pergunta que a deixa em silêncio: “Quem mais na diretoria tem essa ‘expertise’”?
Sua expressão muda e é possível reconhecer as quatro faces do insight[i]. Em silêncio, primeiro seu rosto parece revelar um certo descontentamento. Na sequência, surge uma expressão distante, seus olhos se voltam para cima e ela parece estar pensando a respeito da questão colocada. De repente, um sorriso e uma expressão determinada antecedem sua resposta: “Você está querendo dizer que é possível pensar nossa área – e, consequentemente, essas entregas - para além de minha gerência?”
Aprendizagem e Neurociência
As expressões faciais da gerente são a manifestação visível de um fenômeno que se dá dentro de nossos cérebros: um insight, a formação de novas conexões neurais. Isso importa para nós, coaches, pois, de acordo com a neurociência, a formação de um novo circuito é a materialização do que chamamos aprendizagem.
Ao longo de nossa vida, nosso cérebro trabalha incessantemente para formar novas conexões. Uma vez formada, a nova conexão fica impressa em nosso mapa mental. Não é possível desfazê-la. E isso pode ser um problema, pois nem sempre tais conexões são desejáveis. Algumas podem se tornar obstáculos a serem superados com a criação de circuitos neurais alternativos. Para que esses circuitos alternativos, esses desvios que nos permitem encontrar uma nova rota neural mais favorável para enfrentarmos os desafios de nosso dia a dia, sejam criados, algumas condições se fazem necessárias.