A metodologia Thinking Environment é poderosa e vem me acompanhando desde novembro de 2014. Destaco uma vivência que tive com o componente Sentimentos (os componentes estão detalhados no artigo de Ana Lucia Münzner) quando estava facilitando um workshop para desenvolvimento de uma equipe. Estávamos sentados em círculo e um dos participantes que estava falando se emocionou e a voz embargou. No instante seguinte, o participante ao seu lado deu um tapinha nas costas dele. Pedi que aguardássemos a completa expressão do participante. O choro ou o riso são como frases que precisam “completar” sua onda. Por não estarmos acostumados ou não nos sentirmos confortáveis, tendemos a consolar a pessoa e interromper a expressão do choro, do riso ou da raiva. Segundo Nancy Klein, é necessário que a expressão dos sentimentos aconteça para que se restabeleça o pensar. E foi exatamente o que vi acontecer: o participante retomou sua fala, de maneira firme e completou o que estava dizendo.
No primeiro curso sobre essa metodologia (“Fundamentos do Thinking Environment”), encontrei muitas informações, conceitos e, principalmente, práticas que combinavam com minhas crenças e filosofia de vida. Faziam sentido com minhas vivências e experiências como consultora, como coach e nos diversos estudos que vinha realizando.
Percebi fortemente a potencialidade da aplicação do Thinking Environment no ambiente corporativo. Em um dos artigos referenciados, a autora Emily Havers, nas suas pesquisas para a dissertação de mestrado, havia feito um estudo sobre o impacto na vida organizacional das reuniões realizadas em um Thinking Environment.
Podemos dizer que o locus de trabalho mudou, das mesas ou dos postos de trabalho individuais para as salas de reunião (buscando a inteligência coletiva). Por isso, a profusão de reuniões, saímos de uma para outra. Atuando em empresas ou de forma autônoma (consultor independente ou coach), participamos de várias reuniões durante a semana. E fomos preparados para extrair o melhor das reuniões? Não necessariamente. Assume-se que as reuniões são algo “natural” e que todos saberão o que fazer. Existem diversas técnicas de reuniões eficazes e que, como procedimentos, atuam organizando do exterior para o interior dos indivíduos. Essas técnicas têm o seu valor, mas nem sempre dão conta da complexidade e da variabilidade. De forma diferente, os componentes do Thinking Environment atuam internamente e podem ser incorporados como “filosofia de vida”, conferindo-lhes o poder de mudar os ambientes, caso as pessoas decidam incorporá-los em seu comportamento.