O Eneagrama está há um bom tempo na minha gaveta para maiores estudos. Recentemente, tive a oportunidade de participar de uma apresentação sobre a ferramenta e fui completamente seduzido pela solidez do referencial, da história por trás do método, e do profundo sentido na forma de ver e decifrar o ser humano.
Precisava de alguém de bom calibre para coordenar este dossiê e, após alguma pesquisa, Jorge Neto foi a escolha pelo seu embasamento, seriedade, profundidade, ética e visão de mundo. Almoçamos juntos e foi muito interessante ouvir sua história, que se confundia com a minha, de uma fase de profunda falta de foco, de busca de sentido, do compreender, de verdade, quem sou Eu, e o que estou fazendo aqui. Jorge me contou como o eneagrama entrou em sua vida e a transformação que ajudou a provocar, trazendo à luz o que por tantos anos alimentava uma falsa auto-imagem. Em seu artigo, Jorge diz:
“Me deparei com minhas neuroses repetitivas, com minha forma de me esconder de mim mesmo, com meus medos, minhas fantasias e fracassos, sem ‘rede de proteção’, ou seja, me esborrachei com a compreensão de como eu funcionava.”
Outro ponto que Jorge traz é sobre a forma como o Eneagrama permite nos vermos em essência, nos reconhecendo como “auto enganados”. Tomar a consciência das motivações internas que nos fazem ser como somos pode ser muito duro. Ele ainda coloca: “A crueza típica do eneagrama, vinda de um dos mestres - Gurdjieff - impede de deixarmos nosso ego nos enganar com autocomiseração, vitimização e desculpas ralas para não se enxergar.”
Jorge ainda faz uma colocação muito interessante: “...para meus colegas coaches, alerto que o Eneagrama produz autodiagnóstico sobre suas motivações mais profundas e não sobre seu comportamento, o que parece algo simples mas, na verdade, é muito complexo e importante….”
Com imensa satisfação, convido nossos leitores a conhecer e explorar mais uma forma de trabalhar o autoconhecimento de uma forma profunda, embasada e para quem realmente quer ver o que está por trás das cortinas.
Boa leitura.
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 14/12/2018