“Seria maravilhoso se a maternidade se limitasse a colocar em nossos braços o bebê rosado e feliz que sorri nas páginas das revistas e se nossa vida seguisse seu curso de uma maneira ainda mais plena do que antes. Porém, a realidade invisível de cada uma de nós costuma ser diferente. Não dispomos de palavras para nomear o que acontece conosco quando estamos com uma criança no colo. É uma mistura de angústia, alegria, perda de identidade, vontade de desaparecer, cansaço, orgulho, sonho e excitação.”
Com as palavras de Laura Gutman, iniciamos este artigo para compartilhar nossas experiências como coaches, mães e coaches de mães.
Incrível como os sentimentos citados acima nos acompanham não somente quando nossos filhos são bebês, mas também para as próximas fases da vida, e como eles podem influenciar o relacionamento, ou como a autora mesma diz, a fusão emocional entre mães e filhos. Quantas vezes, vencidas pelo cansaço nos irritamos, gritamos, desistimos e por que não armamos uma guerra com as nossas crianças? Quantas vezes nos distanciamos dos nossos filhos cada vez que damos uma resposta agressiva ou desinteressada? Os gatilhos podem ser vários, trânsito, agendas nossas e dos filhos cada vez mais cheias de compromissos, volume de trabalho ou mesmo aquela cobrança interior por um amparo emocional, muito comum para nós, mulheres modernas, pois cada vez nos ocorrem menos pessoas com quem compartilhar nossas angústias e percepções. Mas então, como agir nessas situações?
Como coaches, sabemos que em nossa prática, o exercício de presença, escuta ativa e não julgamento é a base para uma autêntica e eficiente conexão com os clientes. Neste caso, usamos a atenção plena a serviço do processo de coaching. Porém, quanto dessas habilidades são praticadas nas nossas relações pessoais, com nossos filhos, cônjuges, familiares e amigos?
Trabalhar com a ampliação da consciência é um privilégio, pois o coaching influencia e fortalece diretamente o ser humano que escolhemos ser; técnicas e metodologias aprendidas para aprimorar a prática de coaching são absorvidas na vida pessoal. Ter consciência da maneira como nos relacionamos com as pessoas, independentemente de ser uma relação profissional ou pessoal, é a chave para desenvolver relacionamentos autênticos. Uma das abordagens utilizadas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais é a Comunicação Não Violenta (CNV), de Marshall B. Rosenberg, e é essa abordagem, em especial, que nos ajuda muito nos dilemas da maternidade e na maneira como educamos nossos filhos.