Quando fui convidada para escrever este artigo, muitas dúvidas vieram à minha mente. Conforme comecei a escrever, percebi que na verdade eu estava sentindo medo. Ao me dar conta dessa sensação, logo entendi que ficar com medo não ajudaria no alcance do meu objetivo. Respirei fundo, fiz um exercício de foco, meditei, desenhei uma estrutura que me parecia lógica e amigável e, com a emoção regulada, segui em frente.
Achei que seria útil falar sobre os tipos de medo e como eles podem impactar no alcance dos objetivos e também compartilhar algumas dicas que tenho aprendido ao longo da vida.
Nem sempre o medo é um vilão
Só de ouvirmos a palavra MEDO, é provável que sintamos algo diferente, no mínimo ficamos mais alertas. Entretanto, o medo nem sempre é um vilão, muito pelo contrário, ele é uma condição natural para todos os seres vivos e tem como principal função a sobrevivência.
Quando temos a sensação de algo ameaçador, seja ele real ou imaginário, como a coach Carlla Zanna já escreveu, agimos de forma instintiva, seja para fugir, lutar ou mimetizar (ficamos paralisados). É por isso que, numa situação de grande ameaça como por exemplo um assalto, algumas pessoas correm, outras lutam com o assaltante e outras simplesmente congelam. Em todos os casos, as pessoas só se dão conta do que fizeram depois que a ameaça termina, porque durante a situação, boa parte do nosso “combustível” necessário para pensar, está mobilizado “alimentando” o processo emocional de preservação, desencadeado pela ativação da amígdala cerebral. Só quando nos acalmamos, o sangue volta a circular normalmente e voltamos a pensar e agir de forma racional e consciente.
Os medos emocionais despertam insegurança, e geralmente estão relacionados a um sentimento de incapacidade, inferioridade e não merecimento. Esse tipo de medo é capaz de nos paralisar e, consequentemente, impactar o alcance de objetivos. Nos seres humanos, a forma de enfrentar o medo é uma junção de recursos instintivos e de aprendizados adquiridos ao longo da vida. Nesse sentido, quando vivenciamos uma sensação de ameaça, primeiramente é ativado o nosso instinto de preservação, e só depois um processo mental aprendido com as experiências nos leva a agir de uma forma não instintiva.