Imagino que você entenda que o medo não é ruim sempre e que ajuda muitas vezes a preservar a sua vida. No entanto, há situações em que o medo é realmente ruim - quando ele se torna disfuncional e o impede de continuar crescendo. Mas o que caracteriza o medo disfuncional e como posso lidar com ele? Acompanhe-me até o final, pois tentarei deixar claro a que me refiro.
O medo é assunto relevante para quem trabalha com Coaching, pois muitas vezes é ele que está sutilmente presente e atrapalhando nossos clientes a alcançarem a plena realização. De fato, o medo pode tomar uma dimensão tão grande, a ponto de travar o desenvolvimento de uma pessoa.
Trataremos do medo que é gerado por fatores inconscientes, nem sempre condizentes com a realidade em termos de sua intensidade. Vou abordar o assunto tomando por base conceitos que estudamos em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), disciplina que foi estruturada por Aaron Beck, professor emérito da Universidade da Pensilvânia, e farei um paralelo com o neurocoaching, afinal, o intercâmbio da TCC com a neurociência é forte e acontece através do diálogo entre mente e cérebro, organismos integrados e interdependentes.
Apesar de comportamental fazer parte de seu nome, a Terapia Cognitivo Comportamental não atua nos sintomas psicopatológicos através da intervenção sobre as cognições (pensamentos) da pessoa.
Falando de maneira simples, desde que nascemos, vamos construindo esquemas, que são entendidos aqui segundo a visão de Jean Piaget, que sistematizou suas pesquisas relativas ao estudo da gênese psicológica do pensamento humano. Tratam-se de superestruturas mentais hipotéticas, que organizam as informações desde o momento que nascemos. Esses esquemas geram crenças. Esquemas e crenças, em uma comparação sem sofisticação, são como as “lentes” através das quais enxerga-se a realidade.