A primeira vez que tive contato com o trabalho de crenças foi em 2006, quando fiz minha formação inicial em PNL. Até aquele momento já havia participado de outros cursos e treinamentos voltados para o autoconhecimento e mudança de comportamento, mas ao entender como as minhas crenças influenciam diretamente a forma como eu vejo o mundo e consequentemente nele ajo, eu diria que despertei para uma camada mais profunda de desenvolvimento pessoal.
A partir daquele momento fui me aprofundando no tema, conhecendo diferentes escolas e metodologias que utilizavam o trabalho das crenças como um dos principais pilares para o desenvolvimento humano e organizacional. Esse conhecimento permitiu que eu mudasse a minha abordagem nos meus atendimentos de coaching. Ajudar um cliente a identificar as suas crenças limitantes e a partir daí ressignificá-las para que se tornem potencializadoras, é uma das formas mais assertivas de mudança de comportamento e atingimento de objetivos. Esta abordagem permite que o processo de coaching seja um trabalho mais profundo de autoconhecimento, eliminando as barreiras e possíveis obstáculos inconscientes que os clientes apresentam para que consigam alcançar os resultados que desejam.
Fiquei muito feliz ao ser convidada para fazer a coordenação dessa edição da Revista Coaching Brasil, pois o tema Crenças é um dos mais instigantes e apaixonantes quando pensamos em desenvolvimento humano. Decidi buscar profissionais do mercado que se destacam em suas áreas de atuação, e que apresentam um profundo conhecimento das teorias, mas também da aplicação prática do tema nos atendimentos e facilitações que realizam. Também optei por buscar pessoas de diferentes escolas, para que pudéssemos abordar o tema sob diversas perspectivas.
Vocês terão um artigo da Carla Tieppo, que hoje é uma das principais referências em Neurociência no Brasil. Tive a oportunidade de fazer algumas formações com ela, o que permitiu que eu entendesse neurologicamente o processo de formação das crenças. Com o Roberto Ziemer pude conhecer a teoria dos Níveis de Consciência e como trabalhar as crenças conforme despertamos para o nosso autoconhecimento. Ele utiliza uma abordagem baseada nos nossos valores fundamentais, que tem uma ligação direta com a formação das nossas crenças. Marco Fabossi, além de parceiro de trabalho por diversos anos, é um grande mentor para mim na área de coaching. Ele é um especialista em desenvolvimento de líderes, utilizando a abordagem da mudança de modelos mentais da liderança para fazermos as transformações organizacionais. Claudia Cruz é uma referência na área de Constelação Sistêmica, e com ela aprendi como os sistemas nos quais estamos inseridos nas diversas gerações atuam diretamente na formação das nossas crenças. Fabricio Bastos, um excelente coach e trainer do mercado, traz uma abordagem riquíssima de coaching integral, mostrando com as crenças atuando nas dimensões física, emocional, mental e espiritual. E eu, que apresentarei a perspectiva da Programação Neurolinguística (PNL) quando realizamos um trabalho com crenças limitantes.
Com isso, espero que você, leitor, consiga ter contato com diferentes abordagens referente ao tema Crenças, conhecendo algumas ferramentas práticas que podem ser utilizadas nos atendimentos de coaching. O meu convite é que você também faça, ao longo da leitura dos artigos, uma reflexão sobre suas próprias crenças, tentando identificar as que hoje estão te limitando a alcançar os seus objetivos, da mesma forma identificar as que estão potencializando a sua atuação, afinal, o trabalho de desenvolvimento deve sempre começar por nós mesmos.
Boa leitura.
Artigo publicado em 01/02/2018