Aplicação da Teoria U como base conceitual para o processo de coaching
Entrei em contato com a Teoria U em 2008, enquanto atuava como executiva no mundo corporativo. Na época, pesquisava sobre metodologias para gestão de mudanças, sobretudo relacionadas a questões sócio-culturais, para aplicar no macro-processo da qual era gestora. Lembro-me do dia em que li o livro “Como resolver problemas complexos” (Adam Kahane, fundador da Reos Partners). Não consegui parar até chegar à última página. Descobri uma forma sistematizada para lidar com questões complexas. Por meio de um diálogo franco e de uma escuta ativa, era viável buscar soluções possíveis. Nada de milagres ou soluções pré-formatadas, mas trabalhando de forma colaborativa, possibilitando que todos ampliem sua consciência e contribuam de forma igual.
Neste livro, Adam Kahane explica o processo do Laboratório de Mudanças (Change Lab), que é uma aplicação da Teoria U, ao mesmo tempo em que narra diversos casos práticos. Inicia contando como tudo começou, na África do Sul, quando facilitou o exercício Cenários de Monte Fleur, com a participação de um diverso grupo de sul africanos que trabalhavam pela transição do sistema de apartheid para a democracia. Encerra o livro narrando a aplicação do processo U na Guatemala, também na transição de uma ditadura militar de mais de 30 anos para o início de uma frágil democracia. A leitura é inspiradora!
A partir desta leitura, minha carreira profissional e pessoal se transformou. No final de 2008, fui aos Estados Unidos fazer o curso Change Lab. Em seguida, estruturei e promovi a realização de um Laboratório de Mudanças na empresa, no qual participaram 60 profissionais e resultaram 11 protótipos. No final de 2009, mudanças estavam encaminhadas no contexto da minha gerência. Mas o processo U vivenciado com o grupo, ainda reverberava em mim, e mudanças pessoais acabaram acontecendo!