Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio
Violeta Parra
Olá!
Já contei sobre os impulsos, a força interior, os anjos e os demônios do Caminho, que nos impulsionam a sermos melhores a cada dia. Agora, te convido a seguir no caminho comigo por mais um trecho, para eu te contar mais um pouquinho, seguindo as setas amarelas.
Os milagres que merecemos
Fazia uma linda manhã, o Sol nascia sob uma névoa que encobria campos e árvores. Paisagens deslumbrantes do caminho. Logo à frente, pude ver o marco dos 100 quilômetros, a partir do qual o Caminho passa a ser regressivamente marcado a cada 500 metros.
Estava quase lá. Sentia-me nas nuvens, tocando meu sonho. Alegria e gratidão!
A próxima parada seria em Portomarin, cidade que passou por uma reconstrução completa quando uma represa foi instalada na região e inundou todas as partes baixas. Os prédios foram desmontados e removidos integralmente para as áreas mais altas, inclusive a igreja local, cujas pedras foram numeradas e recolocadas exatamente como antes. Um trabalho incrível.
Para entrar na cidade, era preciso subir uma enorme escadaria e atravessar a ponte sobre a represa. Logo cheguei ao refúgio de peregrinos. Na esquina da frente, havia um bar e três “gaiteiros” tocando lindamente para quem chegava. Ali mesmo me sentei e alguém me ofereceu uma empanada que, faminta, logo aceitei. Porém, ao morder a tal empanada, meu dente da frente simplesmente quebrou. Corri para dentro do bar, olhei no espelho e fiquei chocada em me ver sem o dente. E justo o da frente!
Em desespero, saí correndo para tentar descobrir como localizar um dentista na cidade. Qual não foi minha surpresa ao perceber que, bem ao lado do bar onde eu estava, havia um consultório dentário.